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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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domingo, 16 de maio de 2010

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Com a celebração deste domingo, encerramos as aparições do Ressuscitado na comunidade dos apóstolos. A ascensão é o coroamento da encarnação, duas realidades indissociáveis. Quando o Cristo sobe com o corpo para o céu, significa que a encarnação foi uma verdade, não uma fantasia. Ele assumiu nossas dores e veio viver como nós. Mas, essa solenidade nos aponta respostas para as duas grandes dúvidas do coração humano: a morte e o pós-morte. A maior angústia do ser humano é confrontar-se com sua finitude, saber-se limitado e subordinado ao tempo que, inexoravelmente, o levará ao fim. Bom, mas com a morte não se tem jeito a dar, a caminho certo para todo ser vivo. A outra angústia é saber o que existe depois desse processo de morte. Acabaremos como pó? Ficaremos, eternamente, enterrados? A morte é o esquecimento do ser? Essas perguntas afligem o viver humano. Se o interlocutor não souber a quem perguntar, poderá passar o resto da vida num eterno penar.

A ascensão do Senhor nos responde, seguramente, às questões suscitadas. Primeiro, a morte foi vencida e destruída, quando o próprio Cristo a experimentou e a derrotou. O reinado que triunfa, doravante, é o da vida. Segundo, o nosso lugar é o céu, entendido como um estar na presença de Deus, vivendo a plenitude do amor. O Cristo sobe para a casa do Pai e vai preparar um lugar para nós. Somos herdeiros do céu. Isso, antes de ser uma ilusão da religião cristã, é o fundamento da nossa fé. Quem não acredita nessas verdades reveladas, ainda não fez uma madura caminhada na fé e na esperança. Se não nos libertarmos das pseudo-seguranças das ciências, da deusa razão, do experimentacionismo exagerado, jamais poderemos viver a fé, pois a própria ressurreição de Jesus é um evento que extrapola as categorias de espaço e de tempo, campo das possibilidades das ciências. Crer, é deixar os joelhos dobrados para que o Espírito Santo venha em socorro da nossa fraqueza especulativa. Só no Espírito poderemos viver essas realidades e essas verdades. Por isso, o Cristo envia, rapidamente, o defensor, o paráclito, para nos ajudar a caminhar e rezar.

A subida de Jesus aos céus não é um espetáculo os olhos humanos. Não é algo cinematográfico ou “hollyudiano”, mas um ato de pura fé no poder de Deus. A tentação dos discípulos foi ficar a olhar para o céu, vendo Cristo subi e sumir por entre as nuvens. E a primeira leitura (v.11), alertará a comunidade para os desafios da missão: “Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo que o vistes partir para o céu.” O cristianismo não é uma religião onde os fiéis ficam, apenas, olhando para o céu, como se estivesse fugindo do mundo, dos desafios, dos problemas, das dificuldades, mas é a religião das transformações: de si mesmo, do mundo, das relações interpessoais. O cristão deve ser fermento na massa, luz do mundo, sal da terra. Jesus sobe, mas os cristãos devem descer. É o momento de colocar em prática os ensinamentos do Mestre.

A meta da missão é chegar aos confins do mundo. Todo joelho se dobrará ao nome do Senhor Jesus e toda língua proclamará, Jesus Cristo é o Senhor! Todo o universo precisa compreender as razões da nossa esperança, como nos lembra a segunda leitura da carta aos Efésios. E a nossa esperança é a vida eterna. Mas, esse mundo, esse universo, não podem ser realidades distantes de nós. A evangelização acontece no cotidiano das minhas relações: em casa, no trabalho, com os amigos, com os vizinhos, por quem passa em minha vida. Os confins do mundo estão mais próximos de nós do que poderíamos imaginar. Cada pessoa humana é um mundo para ser evangelizado. Por fim, precisamos do mesmo ardor dos discípulos de Jesus no final do evangelho: “Eles o adoraram. Em seguida, voltaram para Jerusalém, com grande alegria.” (Lc 24,52). Que o Cristo Ressuscitado, que subiu aos céus para sentar à direita do Pai, envie-nos o Santo Espírito para podermos continuar sua missão de justiça, paz, perdão e amor.

Que a oração da liturgia nos ajude a rezar: “Ó Deus todo poderoso, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.

Textos bíblicos:

I leitura: At 1, 1-11
Salmo: 46
II leitura: Ef 1,17-23
Evangelho: Lc 24, 46-53

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