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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ABERTURA DO PROGRAMA DE RÁDIO: CHORO E ALEGRIA

Frei Mário Sérgio, ofmcap

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer (Sl 30,6)

O salmista louva ao Senhor pela libertação, pela cura de uma doença que o deixara à beira da morte. É uma ação de graças depois do perigo. Deus está sempre conosco, em nossas dificuldades, em nossos tormentos, em nossas dores, em nossas noites de choro, de pranto, de lágrimas. O coração do crente não desanima nunca. Mesmo que a dor insista em não parar, o crente nunca deixa de crer. A fé, recorda-nos São Paulo, é o fundamento da esperança (Hb 11,1). Nesse caso, a esperança é a certeza da alegria que experimentaremos ao amanhecer. Mas, essa esperança só é possível pela fé em Deus. Choro e alegria, dois momentos importantes do equilíbrio humano. Choro em demasia é desespero; alegria em demasia é fuga. É sábio quem descobre no choro razões para sorrir.

Quem chora quer colo. O choro é o limite da força. Podemos ampliar a ideia de choro para além de lágrimas escorrendo na face. Chorar é perder o encanto com as coisas, é desanimar, é render-se ao fracasso, é sentar à beira do caminho sem coragem para continuar a caminhada, é pensar que chegou ao fundo do poço, é sentir-se a pior das pessoas. Noite é uma experiência da ausência de Deus. É quando nos sentimos sozinhos com nossos pensamentos, com nossas misérias, com nossos pecados. Noite é a secura espiritual. É a falta de brilho nos olhos. Noite é sentir um vazio profundo que nada é capaz de preencher. Noite é uma sensação de gritar com toda força da alma e saber que ninguém vai lhe escutar. Todos passamos por noites escuras em nossa caminhada espiritual, tendo o choro por companheiro. Para muitos, a noite é interminável, para outros a alegria logo desponta, depende de como cada um lida com esse momento no coração.

Jesus experimentou noites desafiadoras em sua caminhada. A noite do seu nascimento, quando ninguém quis hospedá-Lo (Lc 2,7); a noite da escolha dos doze (Lc 6,12); E, dentre outras tantas, a noite do monte das Oliveiras (Mc 14,32-40), onde Jesus suou gotas de sangue. A pior noite da vida do Mestre Jesus foi essa do Getsêmani. Na dor e na angústia, Jesus foi rezar. Precisava de respostas do Pai, do colo daquele Paizinho querido e amado. Sentia-se só, ferido e abandonado. E disse Jesus: “Minha alma está numa tristeza de morte” (v.34). A iminência da morte foi um tormento para Jesus. Que Deus maravilhosamente humano! Que solidariedade com a natureza humana naquilo que mais a atormenta: a certeza da finitude. Jesus pedia para o Pai afastar aquela hora, pois queria viver, ainda tinha muitos projetos pela frente, muitos sonhos para realizar, muito coração para fazer arder com sua palavra, muitas curas e milagres por fazer, o povo precisava Dele. Mas, o Mestre nos ensina, mais uma vez, “contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres!” (v.36). Abandonou-se, plenamente, nos braços e na vontade do Pai. Aí, sim, seu coração teve confiança e paz. Venceu aquela terrível noite e caminhou com fé e esperança para o dia da sua ressurreição (alegria plena). Quando queremos resolver nossas noites sem Deus, sempre nos ferimos ainda mais.

Não existe noite que possa impedir o nascer do sol. Aprendamos a confiar mais em Deus. Abandonemo-nos em suas mãos, reclinemos nossa cabeça em seu peito, repousemos o peso da vida no colo desse Pai amabilíssimo e misericordioso. Deus nos ama com amor sem igual. Deixemo-nos invadir por essa onda de amor e de reconciliação. Nossas noites podem ser traiçoeiras, mas a certeza da companhia de Deus nos faz enfrentá-la com serenidade e despojamento, no mais completo abandono, para experimentar a beleza de poder sorrir de alegria quando o sol de um novo dia despontar. Por isso, guardemos essa palavra do salmista em nossos corações: “Pode a tristeza durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer!”.

Um comentário:

  1. Chorar é diminuir a profundidade da dor.A alegria da alma constitui os belos dias da vida, seja qual for a época.Adorei a mensagem e o por do sol tão iluminado quanto ao senhor frei mario sergio.

    cláudia sampaio

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