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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

domingo, 25 de dezembro de 2011

Reflexão da Liturgia do Natal (missa do dia, 25/12)

E a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14).

Frei Mário Sérgio, ofmcap

É Natal! Deus armou a sua tenda e veio morar entre nós. Não se contentou em, apenas, criar o ser humano, mas quis humanizar-se. Assim, o Natal é uma troca de presentes, de dons: dos homens, Deus recebeu a carne e aos homens deu-lhes a divinização. Todas essas dimensões foram assumidas com total radicalidade. Jesus Cristo é plenamente humano. Mas, o ser humano ainda não se sente plenamente divinizado. Somos seres de incompletude!

O natal é a festa da bondade da Trindade. O Menino Jesus, Palavra encarnada, foi uma doação da Trindade para a construção do mundo de paz e amor sonhado por Deus. Olhando para a Trindade, podemos experimentar a riqueza dessa espiritualidade: devo ofertar o que em mim há de melhor, sem nada reter. Esse é o espírito do verdadeiro natal: doação total.

O prólogo de João descreve a Palavra encarnada como a luz que veio ao mundo. O evangelista São João percebe nas contradições, nas antíteses, uma possibilidade de se fazer pensar a grandiosidade do evento natalino. No mundo envolto em trevas, a Grande Luz resplandeceu. Para os povos que andavam na escuridão, uma luz brilhou. Sem dúvida, pensar em Jesus Cristo como luz é entender profundamente sua missão no meio da humanidade. “Nela estava a vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1,4).

Mas, a vida do Menino Jesus, a Palavra encarnada, não seria tão tranqüila no meio dos homens e mulheres. “A Palavra (Jesus) estava no mundo, mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram” (Jo 1,10-11). O Natal é um acontecimento que demonstra a verdade do coração de Deus e o desprezo do coração humano. O Menino Jesus nasceu sem que ninguém lhe oferecesse hospedagem digna; nasceu na periferia da cidade; nasceu na sujeira de um curral; nasceu despojado de tudo; e o pior: nasceu sem ser percebido por ninguém. A luz veio ao mundo e o mundo não a acolheu. Esse é o desprezo do coração humano ao evento do natal.

Por outro lado, “De Sua plenitude todos nós recebemos graça por graça” (Jo 1,16). Os pobres, os pastores, os camponeses, essa gente simples toda, consegui seguir e encontrar a luz que vinha de uma gruta em Belém. Foram surpreendidos com o Deus tão esperado pelos seus antepassados deitado numa manjedoura, simples com eles, pobre como eles, vulnerável como eles, excluído como eles. Um Deus que não teve vergonha de assumir a miséria humana. Aquela criança pobrezinha de Nazaré é o Deus Conosco.

No natal de Jesus, o universo parou. Tudo parou para adorá-Lo. Os pastores O adoraram; os Anjos O adoraram; os reis do oriente O adoraram; o universo, na estrela, O adorou; os animais de estrebaria O adoraram; Maria e José O adoraram. Os corações abertos ao novo trazido por aquela criança dobrou os joelhos e o adoraram. Deus veio construir comunhão de vida entre o divino e o humano, através da força do amor. Que a nossa vida seja acolhimento alegre e agradecimento desse imenso dom, que se renova em cada Natal.


 LITURGIA DA PALAVRA:
  1. Primeira leitura - Is 52,7-10
  2. Segunda leitura - Hb 1,1-6
  3. Salmo - Sl 97
  4. Evangelho - Jo 1,1-18

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

REFLEXÃO DE NATAL

A MANJEDOURA E A PATENA

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            Será que tem alguma conexão entre a manjedoura e a patena? A manjedoura é o lugar onde os animais comem no curral; a patena é o lugar onde se coloca a hóstia que se tornará o Corpo de Cristo. Aparentemente, idéias discrepantes, mas teologicamente semelhantes. O que une essas duas realidades é o próprio Jesus Cristo.

            O nascimento do Menino Jesus, na gruta de Belém, deu-se num lugar inóspito para tal acontecimento, isto é, para uma mulher dar à luz. “Foram às pressas e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2,15). Não havia lugar nas hospedarias, por conta do recenseamento exigido pelo Império Romano. A única alternativa para José e Maria era o lugar onde ficavam e comiam os animais.

            A ligação eucarística está pronta: na manjedoura, a criança encontrou seu aconchego fora do ventre de Nossa Senhora. Mas, desde o seu nascimento, Jesus já se fazia alimento, comida, pão vivo descido do céu, eucaristia. Contemplar a manjedoura é compreender a missão do Menino Jesus: ser alimento para a humanidade faminta de Deus. O detalhe e a entre-linha do texto bíblico, anuncia outra maravilha teológica: “Envolveu com faixas e o reclinou na manjedoura” (Lc 2, 7). O episódio do sepultamento lembra o mesmo ritual do nascimento: “Eles tomaram então o corpo de Jesus e o envolveram em panos” (Jo 19, 40). A manjedoura e a cruz, na vida de Jesus, são indissociáveis.

            Se a manjedoura é eucarística, a cruz também o é. Por isso, a patena é a síntese da manjedoura e da cruz. Nela, acontece o memorial da paixão-morte-ressurreição de Jesus. O milagre eucarístico da Santa Missa é a atualização do nascimento e da paixão do Senhor. A patena é ao mesmo tempo manjedoura e cruz. Manjedoura porque o Cristo é alimento; cruz porque é o ápice da redenção.

            Toda Missa celebrada, em qualquer parte do mundo, é uma celebração de Natal, de Páscoa, de Quaresma, de Advento. Ela é o ápice da vida cristã. Que essa consciência da Santa Missa aumente nosso desejo de comunhão diária, profunda e transformadora. Alimentados pela eucaristia para transformar o mundo. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Abertura do programa de rádio (segunda, 05/12/11)

Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo”. (Is 35,4).

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            A experiência do Exílio da Babilônia foi avassaladora para o Povo de Deus. Passaram da liberdade para a escravidão; do culto ao único Deus para a idolatria dos Babilônicos; saíram de suas casas, para servirem na casa dos outros. Nesse período, os judeus entenderam que estavam pagando pelos erros cometidos, as ofensas, as idolatrias contra Deus e acabaram escravizados.

            Depois de quase 50 anos da mais cruel escravidão, Ciro, rei dos persas, destruiu a babilônia e libertou o povo de Deus que era cativo naquelas terras. Nessa libertação, o povo experimentou a mão de Deus que nunca abandona seus filhos, mesmo que a libertação demore, mas no tempo de Deus ela aconteceria. O desafio, agora, era voltar para suas terras e encontrar tudo destruído, arrasado, abandonado, sem vida. No coração daqueles homens e mulheres, uma pergunta ficava sem resposta: como vamos reconstruir nossas vidas aqui? Teriam que começar do zero, do nada.

            O profeta Isaías tinha a missão divina de animar o coração daquele povo. Não tem nada mais difícil do que animar alguém. Exige um esforço sobrenatural de quem se propõe a esse feito. Como é difícil animar uma esposa traída a não desistir do seu casamento e a perdoar; como é difícil tirar alguém da depressão; como é difícil ajudar um jovem a sair das drogas; como é difícil levar paz ao coração dos pais que sofrem com seus filhos; como é difícil animar um pai, um jovem, uma mulher desempregados; como é difícil ajudar alguém a perdoar uma ofensa, uma mágoa, um ressentimento, uma traição. Por isso, Deus disse a Isaías: “Dizei às pessoas deprimidas: criai ânimo, não tenhais medo”.

            Isaías sabia que, humanamente, era difícil essa missão. Mas, pela força do Espírito do Senhor, que age na vida do missionário, do profeta, do batizado e da batizada, nada é impossível. Quando Deus nos manda animar alguém, tirar uma pessoa da depressão, motivar as famílias ao amor, não tem barreira que não caia por terra. Por isso, quando o Povo de Deus voltou para sua terra, que estava destruída, conseguiram força e esperança, ouvindo as palavras do profeta, que eram palavras do próprio Deus.

            Precisamos aprender essa lição: muitas vezes nossa vida está como essa terra de Israel, destruída, sem vida, sem esperança, sem motivação, sem alegria, sem perspectiva, sem sonhos. É problema na família, no casamento, na saúde, nas finanças, na vida espiritual, na fé. É uma sensação que não temos mais forças para lutar, não temos mais fé para continuar acreditando e nem temos olhos para ver a mão de Deus realizando pequenos milagres todos os dias. Escutemos o Deus que nos fala ao nosso coração: criai ânimo, não tenham medo, eu estou contigo nos sofrimentos e nas suas alegrias, ajudando-lhe a reconstruir a sua vida. Confie em Mim. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Abertura do programa de rádio (segunda, 28/11/11)

Advento: tempo de espera

Maria esperou tanto o nascimento do seu filho, o filho de Deus, o Salvador. Deus esperou tanto pelo encontro pleno com a humanidade, sua criação, através de Jesus, seu filho enviado. Advento é tempo de espera e de preparo. Advento é o tempo de quatro semanas que antecede o natal. Tempo no qual nós nos preparamos espiritualmente para rememorar e celebrar a vinda do menino Jesus, a vinda de Deus criança, de Deus humilde, Deus humano. É o tempo reservado em nossa vida para parar e refletir, meditar, cantar e recontar a história do nascimento do menino Jesus.

É um tempo especial para pensar sobre o sentido da nossa vida, da nossa fé, da nossa esperança. Neste tempo, esperamos renovação na nossa vida pessoal, familiar, social, econômica... Porque acreditamos no poder e na promessa de Deus quando enviou seu filho ao mundo. Deus se humanizou, tornou-se criança pequena, humilde, para aproximar-se de maneira mais sublime de suas criaturas; tornou-se criança para encontrar acolhida em meio ao seu povo.

É um tempo em que muitas luzes são acesas nas casas e nas ruas das cidades, revelando o grande desejo humano de luz sobre toda a vida, e acendendo a sensibilidade humana e o desejo de que esta luz se transforme em vida abundante, desejo de que esta luz se torne concreta na vida cotidiana.

O tempo de advento, o tempo de natal, é um tempo em que as pessoas se sensibilizam, se alegram, se tornam abertas à comunhão, ao amor, ao perdão. É também um tempo em que as pessoas se entristecem, pois pensam em seus sonhos, em sua realidade, em sua vida, em sua falta de esperança e se apercebem de sua solidão, de sua pobreza... Ao mesmo tempo, é um tempo em que Deus nos convida a buscar um lugar, a lutar por acolhida, como Maria e José que bateram de porta em porta.

É, também, um tempo de oferecer hospitalidade. Hospitalidade para acolher outras pessoas em nossa comunidade, em nossa casa; e hospitalidade para acolher em nossa vida novos valores, novos pensamentos, novos referenciais; é tempo de acolher Deus, tempo de acolher a paz, tempo de anular a violência em nós e em nossa casa, tempo de anular o medo e o rancor. Que o tempo de advento seja em nossa vida um tempo de preparo para voltarmos ao que é mais pleno e puro na vida desejada por Deus.
Anete Roese

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Reflexão de abertura do PROGRAMA RESTAURAÇÃO - Rádio Excelsior AM840


Amanhã eu faço!

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Para os acomodados de plantão, não tem frase mais corriqueira: amanhã eu faço! Passa-se o tempo, passam-se as oportunidades, passa-se a graça e a pessoa não agarra nada disso, porque não tem a coragem suficiente de se desalojar, de correr atrás, de se arriscar, de tentar. Prefere o conforto da mesmice ao risco da busca. 

Pensar o tempo é algo que muitos pensadores já o fizeram. Santo Agostinho dizia que sabia o que era o tempo, mas se lhes perguntassem, já não sabia explicar. É isso mesmo: o tempo se vive, não se explica. A qualidade da vivência do meu tempo diz do meu compromisso com a minha vida. Não se trata de uma busca desenfreada por novidades, não é esse o assunto, mas de atitude frente à vida de sempre querer o crescimento pessoal. 

O relógio do tempo não espera ninguém. Simplesmente ele passa! Quantas oportunidades já perdemos pelo medo de mudar? Quantas amizades já perdemos pelo orgulho de não perdoar? Quantas vidas machucamos pelo egoísmo de não querer ser diferente? O tempo passa rápido demais, não podemos nos perder em coisas pequenas, mesquinhas, banais... 

Deus tem seu tempo também, que não é o nosso. O tempo dos homens escraviza. O tempo de Deus liberta. O tempo do homem angustia. O tempo de Deus restaura todas as coisas. O tempo dos homens é o cronos. O tempo de Deus é kairós, isto é, o tempo do hoje, do agora, do momento presente. Por isso, Deus age quando quer, no momento que quer, da forma que quer, porque o seu tempo (kairós) não se submete ao tempo do tempo (cronos). 

Quer uma vida melhor? Comece agora! Quer uma família restaurada? Comece agora! Quer um casamento ungindo? Comece agora! Quer seu filho em Deus? Interceda agora! Quem deixa tudo para amanhã, talvez nunca chegue a realizar os projetos, nem os sonhos. Por isso, coragem, respire fundo, levante-se, saia da inércia e comece um novo tempo em seu existir. O tempo passa depressa e a vida é muito curta. Vivamos intensamente em Deus!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

HALLELUYA SALVADOR - 2011

Começa hoje o Halleluya de Salvador

Começa hoje, dia 18 de novembro, às 19h, o Festival Halleluya de Salvador e os internautas  podem acompanhar todas as novidades dessa grande Festa on line! Interajam conosco através do Site do Halleluya, Blog, Twitter, Facebook, Orkut. Solte a Sua Voz nas Redes Sociais! Envie fotos direto do Evento para todos os seus contatos, partilhe com seus amigos a Alegria do Halleluya!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Reflexão de abertura do PROGRAMA RESTAURAÇÃO - Rádio Exdelsior da Bahia

 INSISTIR OU DESISTIR?

É verdade: podemos insistir ou desistir. Quando desistimos abandonamos compromissos e largamos as decisões. Ao insistirmos, perseveramos na busca de metas e realizações.

Há desistências que são legítimas. São salutares. Desistir de erros e crimes faz bem para a saúde do corpo e da alma. Quando se abandona um projeto, que antes mesmo de sua conclusão se revela totalmente improdutivo, é bom senso. Há desistências que são forçadas pela impossibilidade ou por obstáculos intransponíveis. Mas, há também desistências que são totalmente nocivas para a pessoa. Quando se desiste por fuga, é escapismo. Quando o medo faz desistir, é retroceder diante da oportunidade. Desistir por neutralidade (ficar em cima do muro) é querer ter a pretensão de agradar a todos. O desistir cúmplice abandona o caminho ético para fazer parcerias com tramas altamente perversas.

Às vezes, se crê mais nas forças de desistência do que nas de insistência. Basta um tropeço, que uma desistência ganha espaço. Contudo, é necessário superar o hábito de desistir. O comodismo, a indiferença, a evasão marcam muitas desistências no cotidiano de nossas vidas. Desistir antes da hora pode se tornar uma doença. Muitos são aqueles que desistem, não porque não têm capacidade, mas por não darem crédito às suas qualidades. Desistir é fechar os olhos para as oportunidades.

Nos tempos líquidos em que vivemos, onde muitos vivem sob um relativismo escravizante que nivela tudo por baixo, se faz necessário insistir em tudo aquilo que garante maior humanidade à nossa vida e à vida de todas as pessoas. Insistir é sempre fecundo. A cultura do insistir deve superar a cultura do desistir. Se é mais fácil desistir, é verdade que é na insistência que se garantem soluções que precisamos para qualificar nossa vida. A vida é abortada quando desistimos de uma causa justa. É preciso, é urgente insistir na defesa da vida, na luta pela justiça, pela igualdade, pela erradicação da pobreza, pelos direitos fundamentais, pelas corretas relações, pela dignidade humana. Insistir naquilo que humaniza, desistir das forças que desumanizam. Insistir por aquilo que nos enobrece, desistir de tudo o que nos empobrece.

Podemos pensar que só a resistência nos basta. A resistência pode ser um gesto de bravura, sem dúvida. Mas insistir é mais do que resistir. Insistir é avançar. É conquistar novas posições. É preciso balançar o mormaço da desistência. É preciso tomar uma decisão: desistir ou insistir? A partir da resposta dada, nossa vida vai sendo construída. É melhor avançar do que retroceder. É mais saudável estar aberto a possibilidades do que viver chorando os limites. É mais louvável insistir e ter a consciência de que se tentou fazer o melhor possível, do que lamentar as desistências e não ter histórias para contar.
Éderson Iarochevski

MOMENTO CATEQUÉTICO:


Confissão ou terapia?

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            O mundo atual pode ser caracteriza, dentre tantas coisas, como o tempo das terapias. Nunca se ouviu falar tanto nessa bela palavra. O termo “Terapia” é uma palavra de origem Grega que significa cuidar do ser ou servir a Deus. Geralmente, era uma palavra usada para o cuidado com a saúde. Hoje, virou moda e tornou-se elegante dizer que se faz terapia. Que bom que as pessoas estão descobrindo o valor do conhecimento de si próprias. Quanto mais nos conhecemos, melhor convivemos! 

            Espiritualmente falando, tenho percebido que muitas pessoas fazem do Sacramento da reconciliação, da confissão, da penitência, seja o nome que for, um momento de terapia. Não significa que o momento da confissão não seja terapêutico, pelo contrário, a sensação de bem-estar invade a alma de quem buscou a confissão e se sabe perdoado por Deus. O que quero refletir é a intencionalidade. Como a noção de pecado tem se diluído a cada dia, procura-se mais a confissão para um desabafo (terapia) do que pela consciência do pecado (sacramento). 

            Em muitos casos, a confissão é mais psicoterapia do que sacramentologia. A necessidade de ter alguém com quem falar, aliviar a angústia, o peso do viver, dentre outros fatores, tem levado muita gente para os confessionários. Exige um esforço grande do sacerdote em tornar aquele momento, de fato, uma confissão. Como garimpeiro, o sacerdote tem a missão de descobrir a materialidade do pecado e aplicar a pena devida. Para esses momentos, a Igreja recomenda a direção espiritual ou o acompanhamento espiritual. Aí sim, seria um espaço privilegiado de uma longa conversa, de desabafos, de leituras espirituais orientadas, de fortes partilhas, de encaminhamentos e acompanhamentos. Muitas vezes, precisamos mais de um diretor espiritual do que um confessor. 

            Uma boa e eficaz confissão deve ser breve e profunda! Devo chegar ao sacerdote com a consciência do pecado e com a certeza da misericórdia de Deus. E, sobretudo, com o desejo profundo de conversão. Se busco a confissão para aliviar o coração, então é uma terapia. Se busco a confissão para uma sincera conversão, então é sacramento. É bom distinguir confissão de orientação. Muita gente aproveita para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Essa não é a pedagogia mais eficaz. A confissão obriga o sacerdote ao silêncio e ao segredo. A orientação permite ao sacerdote uma liberdade maior de interação com o fiel, salvaguardando, por motivos óbvios, a ética ministerial. 

            Enfim, com um trecho do documento “O sacerdote ministro da Misericórdia Divina”, parágrafo 30, finalizo essa breve reflexão sobre o lugar da confissão na vida do católico: “Quando se entra nesta dinâmica evangélica do perdão, é fácil compreender a importância de confessar os pecados leves e as imperfeições, como decisão de progredir na vida do Espírito e com o desejo de transformar a própria vida em expressão da misericórdia divina para com os demais. Desta forma, entra-se em sintonia com os sentimentos de Cristo que, sozinho, expiou nosso pecados (cf. Rm 3,25; 1Jo 2,1-2)”.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Abertura do programa de rádio - segunda-feira das 16h às 17h - www.am840.com.br


Maria, consoladora dos aflitos
Diante das cruzes da vida, devemos procurar o colo da Mãe! Toda mãe tem um jeito especial para consolar seu filho. É comum vermos aquela cena do neném chorando no colo dos parentes e amigos. Só o colo da mãe é capaz de fazer a criança parar de chorar e até dormir com aquela sensação gostosa de segurança. Imagino que esta tenha sido a experiência do apóstolo João ao pé da cruz (cf. João 19, 25). Ele devia estar extremamente aflito. Seu melhor Amigo pendia naquela cruz. Pouco antes da morte ele escutara palavras de confiança e dor: “Filho, eis aí a tua mãe; mãe eis aí o teu filho”.
Normalmente imaginamos que com aquele gesto, Jesus pedira que João cuidasse de sua mãe. De fato, foi isso que aconteceu. João levou Maria para sua casa e cuidou dela até o final de sua vida. Mas podemos também inverter a história. Naquele momento, o jovem João precisava muito mais de cuidado do que a Santíssima Virgem Maria. Imagino que ela tenha dito palavras de encorajamento para ele e o tenha consolado em todas as suas aflições. E foi assim durante muitos anos. Logo em seguida, quando os apóstolos se dispersaram por medo de serem perseguidos, Maria o consolava.
Quando estavam no Cenáculo, antes de Pentecostes, Nossa Senhora estava lá. Certamente ela dizia palavras de consolo e fortaleza. O Pentecostes dela já começara em Nazaré. Ela já estava “cheia de graça”. Por isso o céu já vivia plenamente no seu coração. Quem vive assim, pode consolar os irmãos que vivem “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.
Maria consola também cada um de nós em nossas aflições. Quando estamos diante das cruzes da vida, devemos procurar o colo da Mãe. Ali conseguiremos o sono tranquilo de crianças que sabem que estão seguras.
Mas qual seria o consolo da Virgem Maria? Seria uma palavra, um olhar de ternura, uma prece confiante, um conselho de paz, um afago, uma resposta de solução? Tudo isso ela faz, como tem feito nas diversas aparições aprovadas pela Igreja, como as de Lourdes e de Fátima. Mas o principal consolo é “mostrar-nos seu Filho, Jesus”! Certamente foi isso que ela disse a João:
- Filho, Ele voltará… Ele ressuscitará… a morte não pode vencer o amor!
Nomalmente nossas aflições têm alguma coisa a ver com a morte. Quem não tem medo de morrer?
Rezamos, na Ave-maria, que a Mãe Santíssima esteja nos consolando “agora e na hora de nossa morte”. As pequenas mortes de todos os dias costumam nos afligir. Você recebe uma notícia ruim e seu coração fica pálido de tristeza.
Procure o colo da Mãe de toda consolação. Ela apontará para a cruz e dirá:
- Ele não está ali.
Ela apontará para a sua cruz e dirá:

- Com meu Filho você vencerá este momento de aflição. Creia, ame, espere!
Maria aprendeu essa lição quando Jesus se perdeu no meio da multidão, aos doze anos. Foram encontrá-Lo em Jerusalém, no templo, conversando com os doutores da lei.
Ela disse:
- Teu pai e eu te procurávamos aflitos.
Nessa ocasião o Menino os consolou:
- Não sabíeis que devia estar na casa de meu Pai?
Esta é a forma de buscar o consolo. Maria entendeu. Temos que procurar Jesus na casa do Pai. Se você está muito aflito com alguma situação, procure uma igreja; fique um momento em silêncio; consagre seu coração a Virgem Maria. Ela o pegará no colo e o colocará junto de seu Filho, Jesus. Ali não temos mais razão para permanecer com medo ou aflitos. É exatamente isso que diz o Salmo 22: “A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias” (Salmo 22, 6).
Consoladora dos aflitos, rogai por nós! (Padre Joãozinho scj)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Abertura do programa de rádio das 16h as 17h

O nosso coração reviverá

Frei Mário Sérgio, ofmcap

O salmo 68(69) tem um versículo que diz: “O vosso coração reviverá se procurardes o Senhor continuamente”. O que faz um coração morrer, no sentido espiritual, existencial, emocional, dentre outros fatores? O coração morto é uma metáfora dos problemas que nos abalam, das calúnias que nos ferem, das dificuldades que nos sobrecarregam, da família desestruturada, do casamento frustrado, dos filhos nas drogas ou afastados de Deus, do desemprego, das doenças e enfermidades e muitas outras coisas.

O salmista, certamente, alguém experimentado no sofrimento, mas dotado de uma fé profunda e amadurecida, descobriu o segredo da superação dos tormentos que lhe afligiam: procurar o Senhor! E foi isso que ele fez! A fé nos possibilita um mergulho na vida de Deus. A fé é um bálsamo que nos alivia as feridas que doem em nosso corpo e em nossa alma. Mas, se permitimos que o Senhor, pela ação do Santo Espírito, inflame o nosso coração de paz, de serenidade, de paciência, de alegria, então, entendemos o que o salmista experimentou em seus momentos de dificuldades: o coração reviverá.

Não importa o tamanho da dor, nem a profundidade da ferida, Deus pode nos curar e nos libertar, basta que lhe abramos o coração e deixemos nossa fé nos conduzir até o Coração Dele. Quem tem fé, não pode se desesperar diante dos problemas. Quem tem fé, por mais que sofra, já é um vencedor. Quem tem fé, mesmo que seja do tamanho de um grão de mostarda, pode realizar o impossível. A minha dor, o meu sofrimento, as minhas feridas, os meus problemas, as minhas decepções, não podem me abalar. Quem tem fé, tem uma certeza: Deus fará o meu coração reviver pelo poder da oração.

Sei que tem muita gente me ouvindo nesse momento, rezando comigo, chorando por seus problemas, mas o mesmo salmo 68(69) dirá num outro versículo: “Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!”. Peçamos ao Deus da vida que nos levante de nossa depressão, de nossas fraquezas, de nosso leitor de dor, de nossas feridas interiores. Que cada um de nós possa se abrir à restauração para que o nosso coração possa reviver no Senhor! Que Deus nos dê a sua graça e a sua paz, hoje e sempre! Amém!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Abertura do programa de rádio - segunda-feira das 16h às 17h - www.am840.com.br


Quero mudar!

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Toda pessoa, em dia qualquer da vida, pronunciou essa frase: quero mudar! Mas, o tempo passou, a vida seguiu, os problemas continuaram, a vida foi se abrindo cada vez mais, e nada de mudança. Ainda somos os mesmos! Mudar, muitas vezes, é colocar o machado na raiz e cortar. Por isso, não temos coragem de mudar porque dói. Toda mudança é dolorida, mas ela precisa acontecer. Quem não muda, não cresce!

A sabedoria consiste em saber o que se deve ou não mudar em nossa vida. Tem coisas que nunca deveriam mudar, mas outras que nunca deveriam ter acontecido. Enfim, cada um sabe o que precisa cortar em si, o que precisa podar, o que precisa mudar. O grande inimigo da mudança é o medo do diferente! Muitas vezes, o problema me machuca, o sentimento me machuca, a situação que vivo me machuca, mas eu me acostumei, com isso, e prefiro a segurança da dor à insegurança da liberdade.

Será que você está contente com tudo que tem acontecido em sua vida? Se você tivesse coragem de mudar, o que você mudaria? Se ainda não conseguiu, o que está lhe aprisionando? Mudar não é luxo, é necessidade! Comece percebendo o que precisa mudar, depois faça um discernimento sincero para não jogar fora o que ainda lhe faz bem e lhe é útil, mas quando tiver decidido sobre a mudança, não pense mais duas vezes, mude e pronto! Quem não tem a coragem de mudar é um fraco! Mas, mesmo assim ainda tem jeito. Quem nunca quer mudar, é um covarde!

Talvez uma simples mudança seja o segredo da sua felicidade! Pelo menos, tente! Tome coragem, enfrente seus medos, pondere suas perdas, corra os riscos necessários da mudança, mas invente uma vida nova para você! Nesse processo de mudança, nunca estaremos sozinhos, pois temos a Graça de Deus que nos transforma quando deixamos Ele agir em nossa vida. Abandone-se em Deus, na força do Santo Espírito e mude o que precisa mudar em sua vida. Lembre-se: sua felicidade pode estar esperando, apenas, essa mudança que já tem demorado muito.