Twitter

FOTOS QUE EVANGELIZAM

FOTOS QUE EVANGELIZAM
SEMANA DA FAMÍLIA 2014

domingo, 2 de maio de 2010

QUINTO DOMINGO DA PÁSCOA – REFLEXÃO DA PALAVRA DE DEUS

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Do filósofo grego Diógenes o cínico (séc. IV a.C), conta-se que andava pelo passeio público de Atenas, com uma lanterna na mão, dizendo: “procuro um homem”. Hoje, se quiserem achar um cristão, onde o encontrariam? Que sinal distinguiria um cristão de outra pessoa? A liturgia da Palavra do quinto domingo da páscoa resolve esse problema. Na experiência viva e orante da ressurreição de Jesus, a comunidade recebe a força do Espírito Santo para colocar em prática o testamento do Senhor: amai-vos uns aos outros.

O evangelho de hoje é uma seqüencia da traição de Judas. Depois da dor da traição e, de sua iminente morte, Jesus deixa o seu maior ensinamento para a comunidade dos discípulos: em toda e qualquer circunstância, continuem amando-se uns aos outros. Isso Jesus demonstrou na prática no decurso do seu ministério e, agora, demonstrará na serenidade e na confiança com que caminha para a cruz. Jesus fazia todas as coisas por amor. A encarnação do Verbo é a plenitude do amor da Trindade. No amor do Pai com Jesus está o princípio fundante do amor cristão. É um amor de identificação com o amor trinitário. Por isso, é uma forma de amar desafiadora para a humanidade pecadora, limitada, fraca, egoísta, mesquinha, individualista, orgulhosa. É um amor na dimensão da graça, do dom. é amar porque amar é a vocação genuína do ser humano, criado no amor para o amor. A pessoa humana que não ama se descaracteriza, se des-humaniza.

A identificação de que somos cristãos não é, apenas, a pertença a uma igreja ou instituição religiosa, a profissão do credo, a ostentação de símbolo religioso como crucifixos ou estampas religiosas, a freqüência na missa dominical, esses são sinais, mas não é o sinal. A identidade do cristão é o amor. A partir do amor, tudo que o cristão faz tem um sentido redentor. Um ato de amor de um cristão é antecipação do céu na terra. Hoje, o cristão é chamado a amar num mundo de desamor, de descrença, de desesperança. Nisso, reside a atualidade da mensagem de Jesus. A originalidade da vocação cristã é a fé que atua pelo amor.

Como não é fácil viver pelo amor, na primeira leitura Paulo e Barnabé exortam a comunidade a “permanecerem firmes na fé!”. Sem uma experiência profunda e cotidiana de fé, é impossível amar como Jesus amou. Amar é uma é crucifixão também. Tirem a cruz do amor e ele se esvazia. Parece loucura isso, mas é a pura verdade: amar dói. É uma dor porque exige renúncia, mortificação, silêncio, fidelidade, humildade. É uma luta interna de escolhas. Por isso, o amor não é um sentimento, mas uma atitude. A leitura confirma essa afirmação acima quando diz: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. O testemunho de amor dos cristãos é sementeira de novos cristãos.

A prática do amor cristão faz surgir um novo céu e uma nova terra, como nos exorta João no Apocalipse. O amor muda as relações entre as pessoas e faz a terra virar um paraíso. Jerusalém, a cidade escolhida para ser modelo de vivência de amor, tornar-se-á, verdadeiramente, a Jerusalém celeste, esposa do cordeiro. Mas, Jerusalém celeste, hoje, é a Igreja, é um lar, é o ambiente de trabalho, é a roda de amigos em diversão, é o lugar onde ser exerce o cuidado pela vida. Onde houver amor, ali haverá uma Jerusalém celeste. Nessa cidade, lembra-nos o Apocalipse, “Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes”. É a instauração do reinado da vida em plenitude.

A utopia cristã, no sentido de não haver lugar para a concretização de algo, continua a acender a esperança em tantos corações que acreditam na revolução do amor. Um novo mundo é possível, uma nova pessoa é possível, novas relações são possíveis, quando o amor é a parâmetro que baliza a atitude do cristão. O mundo, mais do nunca, que precisa do testemunho do amor cristão que se traduz em obras concretas, em gestos verdadeiros e sinceros para que o outro tenha vida.


TEXTOS:
I LEITURA: (At 14, 21b-27)
SALMO: 144
II LEITURA: (AP 21, 1-5a)
EVANGELHO: (Jo 13, 31-33a.34-35)

Nenhum comentário:

Postar um comentário