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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

domingo, 5 de dezembro de 2010


2º domingo do advento

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            Cada semana do advento nos aproxima mais da gruta de Belém. Afinal, é para lá que caminhamos confiantes e alegres. O forte apelo desse domingo é o grito de João Batista no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas! O domingo anterior foi um convite à vigilância, não sabemos o dia nem a hora da chegada do Filho do Deus, por isso, todo dia é dia de se preparar bem para esse momento tão profundo do retorno definitivo de Jesus (Parusia).

            A figura que toma um relevo acentuado neste segundo domingo é João Batista. Um homem do deserto, da provação, da penitência. Pregação forte e contundente! Alimentava-se de mel e gafanhotos. Enfrentava, corajosamente, os poderes corrompidos e injustos do seu tempo. Não teve medo de apontar o dedo para as feridas que oprimam o seu povo! Era amado pelos mais simples e odiado pelos poderosos. Porém, dotado de uma consciência de sua missão que não lhe permitiu tomar o lugar do messias: sou apenas uma voz que clama no deserto! 

            Em João Batista, fecha-se um ciclo e abre-se outro. Fecha-se o tempo da profecia, do primeiro testamento, da espera da chegada do Messias. Abre-se o tempo novo, a plenitude do tempo de Deus, quando João Batista tem a graça que nenhum outro profeta teve: apontou para o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Foi o único profeta que conheceu, conviveu, batizou o Messias. Homem desapegado, João Batista foi perdendo, aos poucos, seus discípulos que iam seguindo a Jesus de Nazaré. E João dizia: que Ele cresça e que eu diminua! 

            A profecia de Isaias, na verdade, é o sonho do paraíso perdido, onde a harmonia dos seres era perfeita, era plena: lobo e cordeiro juntos; leopardo e cabrito descansando juntos; bezerro e leão comendo juntos; a vaca e o urso pastando juntos; a criança brincando em cima do buraco da cobra venenosa. Enfim, novas relações! Por isso, o apelo de João Batista para os homens: convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo! Se os bichos são capazes de vencer os seus instintos selvagens, superando sua cadeia alimentar e se juntam para festa da vida nova, porque os homens não são capazes do mesmo, uma vez que são tidos como racionais, isto é, sabem o valor da reconciliação, do amor, do perdão e da paz? 

            É preciso voltar o olhar para a gruta de Belém. Nela está a esperança da paz! Na fragilidade, na docilidade, na inocência de uma criança, a possibilidade de implantação do sonho de Deus: vida plena e digna para todos os seus filhos. Mas, o Reinado de Deus passa pelo compromisso cotidiano de cada um. Por isso, Paulo dirá aos romanos: Deus vos dê a graça da harmonia e da concórdia para acolher-vos uns aos outros (Rm 15, 5-7). Um mundo de justiça e paz depende do esforço, das renúncias, da partilha, do empenho de todos. Ninguém pode se esquivar! É missão de todos nós! 

            Quais são os sinais de paz e os sinais de guerra do nosso tempo? A tão sonhada harmonia está acontecendo? Temos um mundo de justiça, de partilha, de solidariedade? Quais são as pequenas atitudes, gestos, projetos, que nos enchem de esperança e nos fazem acreditar na generosidade do coração humano? E você, o que tem feito para fazer a paz acontecer ao seu redor? Que este domingo do advento nos traga a mesma sensibilidade do Messias para com os pobres e sofredores: “Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará” (Sl 71). 

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  1. Primeira leitura - Is 11,1-10
  2. Segunda leitura - Rm 15,4-9
  3. Salmo - Sl 71
  4. Evangelho Mt 3, 1-12

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