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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Refletindo sobre música católica


Compor para evangelizar

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Que a música mensagem tem ganhado um espaço incrível na grande mídia, isso não tem sido novidade para os mais atentos. Fora os aspectos mercadológicos que envolvem tal ascensão, podemos nos alegrar por termos galgado tamanho espaço. Nossa musicalidade se profissionaliza a cada dia. Nossos músicos têm buscado mais a formação técnica. Nossos arranjos demonstram certa maturidade na sua concepção. Mas, corremos um grande risco: as letras vazias. 

Letras vazias? Como entender isso, dentro de um contexto de evangelização? Penso que a primeira pergunta a se fazer é: a que se propõe a música no processo de evangelização? Se tivermos a coragem de encarar esse questionamento, certamente, não será difícil entender o porquê das letras vazias. Se a música é para evangelizar, ela se torna canal de algo e de alguma coisa. Toda música para evangelizar deve ser querigmática, isto é, deve anunciar a grande verdade da nossa fé: o mistério pascal. Se o compositor prescindir desse ponto de partida, comporá uma canção vazia. 

Outro aspecto, extremamente, importante é fazer a canção beber das fontes da Sagrada Escritura. Como posso evangelizar sem o fundamento da Palavra? Uma boa canção é sempre uma forte mensagem. A função de quem compõe é emprestar sua sensibilidade para o Espírito soprar sua melodia. Compositor que não reza, que não tem intimidade com a Palavra, pode até compor bonito, mas não compõe bem. A música de quem não reza pode ser, tecnicamente, perfeita, mas nunca será querigmática, porque ela só é humana. 

Ainda, nunca deixar de lado o Magistério da Igreja. Ouvir o que a Igreja tem a dizer e traduzir isso em canções. Eis a missão do compositor católico! Não posso compor o que quero, senão compor o que a Igreja ensina. Quando a letra tem uma forte carga sentimentalista, intimista, individualista, pode denotar que está faltando conteúdo ao compositor. É o caminho mais fácil para a composição. Qual é o risco? Letras vazias!

Então, o segredo da composição de letras católicas é esse: ouvir a Igreja sempre! É preciso compor com a consciência de que sou portador de uma mensagem que não me pertence e que me exige estudo, pesquisa, dedicação, escuta, oração e unção. Existem muitos talentos para a composição de letras católicas, talvez lhes falte conteúdo doutrinal. Quem muito sabe, simplifica. Quem pouco sabe, dificulta. Penso que uma palavra-chave para quem compõe é humildade. Saber ouvir, aceitar correções, ter disciplina e planejamento de leitura das verdades da nossa fé. Não basta ter talento, é preciso saber usá-lo com as ferramentas adequadas. Que surjam novos compositores no cenário católico de nossas comunidades e movimentos. Será o caso de se pensar em mini-cursos de teologia voltados para a área de música, de composição? É para refletir!

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