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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MOMENTO CATEQUÉTICO:


Confissão ou terapia?

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            O mundo atual pode ser caracteriza, dentre tantas coisas, como o tempo das terapias. Nunca se ouviu falar tanto nessa bela palavra. O termo “Terapia” é uma palavra de origem Grega que significa cuidar do ser ou servir a Deus. Geralmente, era uma palavra usada para o cuidado com a saúde. Hoje, virou moda e tornou-se elegante dizer que se faz terapia. Que bom que as pessoas estão descobrindo o valor do conhecimento de si próprias. Quanto mais nos conhecemos, melhor convivemos! 

            Espiritualmente falando, tenho percebido que muitas pessoas fazem do Sacramento da reconciliação, da confissão, da penitência, seja o nome que for, um momento de terapia. Não significa que o momento da confissão não seja terapêutico, pelo contrário, a sensação de bem-estar invade a alma de quem buscou a confissão e se sabe perdoado por Deus. O que quero refletir é a intencionalidade. Como a noção de pecado tem se diluído a cada dia, procura-se mais a confissão para um desabafo (terapia) do que pela consciência do pecado (sacramento). 

            Em muitos casos, a confissão é mais psicoterapia do que sacramentologia. A necessidade de ter alguém com quem falar, aliviar a angústia, o peso do viver, dentre outros fatores, tem levado muita gente para os confessionários. Exige um esforço grande do sacerdote em tornar aquele momento, de fato, uma confissão. Como garimpeiro, o sacerdote tem a missão de descobrir a materialidade do pecado e aplicar a pena devida. Para esses momentos, a Igreja recomenda a direção espiritual ou o acompanhamento espiritual. Aí sim, seria um espaço privilegiado de uma longa conversa, de desabafos, de leituras espirituais orientadas, de fortes partilhas, de encaminhamentos e acompanhamentos. Muitas vezes, precisamos mais de um diretor espiritual do que um confessor. 

            Uma boa e eficaz confissão deve ser breve e profunda! Devo chegar ao sacerdote com a consciência do pecado e com a certeza da misericórdia de Deus. E, sobretudo, com o desejo profundo de conversão. Se busco a confissão para aliviar o coração, então é uma terapia. Se busco a confissão para uma sincera conversão, então é sacramento. É bom distinguir confissão de orientação. Muita gente aproveita para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Essa não é a pedagogia mais eficaz. A confissão obriga o sacerdote ao silêncio e ao segredo. A orientação permite ao sacerdote uma liberdade maior de interação com o fiel, salvaguardando, por motivos óbvios, a ética ministerial. 

            Enfim, com um trecho do documento “O sacerdote ministro da Misericórdia Divina”, parágrafo 30, finalizo essa breve reflexão sobre o lugar da confissão na vida do católico: “Quando se entra nesta dinâmica evangélica do perdão, é fácil compreender a importância de confessar os pecados leves e as imperfeições, como decisão de progredir na vida do Espírito e com o desejo de transformar a própria vida em expressão da misericórdia divina para com os demais. Desta forma, entra-se em sintonia com os sentimentos de Cristo que, sozinho, expiou nosso pecados (cf. Rm 3,25; 1Jo 2,1-2)”.

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