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terça-feira, 23 de novembro de 2010

VIOLÊNCIA EM SALVADOR/BA

Até quando?
Frei Mário Sérgio, ofmcap

Alarmante o número da violência em nossa cidade do Salvador. Ninguém é poupado nessa guerra não-declarada: crianças, adolescentes, jovens, idosos, bandidos, policiais, usuários de drogas, pais de família, trabalhadores, enfim... O medo toma conta da cidade. E o pior, não se está seguro em lugar algum! Parece uma leitura apocalíptica do mundo, mas é a pura realidade.

Crimes praticados com requintes de crueldade. Criança morre em troca de tiros no Nordeste de Amaralina e o pai, com o filho ferido nos braços disse ter pedido ajuda aos policiais e teve seu pedido de socorro negado; adolescentes são decapitadas e largadas na Avenida San Martin, crime iniciado em contatos pela internet, segundo a imprensa; um idoso assassinado dentro de sua residência no corredor da Vitória, bairro nobre da capital baiana, encontrado com dois cortes profundos na cabeça.

Dados do jornal Correio da Bahia, de hoje, são assustadores: no ano 2000 houve registro de 666 assassinatos em Salvador, dez anos depois, em 2010, já foram contabilizados 1.846 homicídios na capital baiana. Apenas neste último final de semana, 15 pessoas foram mortas na Grande Salvador e dois casos chamaram atenção pela crueldade. Rotineiramente a Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar - a Centel - registra uma média de oito assassinatos por dia na Grande Salvador, a maioria praticada por disparos de arma de fogo.

Mas, essa é uma faceta da violência. Existem outros crimes silenciosos que acontecem e que não são noticiados. Abusos de toda sorte, dentro de casa, nas escolas, nas instituições religiosas. Tudo isso nos faz lembrar o filósofo Hobbes, quando disse que o homem é lobo do outro homem. Como cristão, recuso essa afirmação, pois acredito que o homem é bom por essência. Mas, que ela nos faz um questionamento sério, isso faz! Quando o homem se afasta de Deus, isto é, de sua origem, de sua identidade, de sua referência divinal, acaba se embrutecendo, perdendo o olhar amoroso sobre o outro, e se esquecendo de que ele próprio é gente, é filho de Deus, é amado por Ele.

É sobre esperança que quero falar! Claro que temos medo dessa violência toda; temos traumas de alguma violência de que fomos vitimados; temos medo de que aqueles a quem amamos sejam vitimas também. Muitos desenvolvem pânicos, síndromes, neuroses, depressões. Mas, como cristãos que somos, não podemos deixar que o medo nos domine. E, o pior, que o medo nos tire a fé! Jesus é o Senhor da história, da vida, do tempo. A história do mundo é história da salvação. Porém, a paz que queremos é a paz que construímos; o mundo que queremos é o mundo que nos esforçamos por fazer.

Assim, quero finalizar evocando uma linda oração da nossa Igreja, em reparação às ofensas cometidas contra Jesus e eu acrescento, por todas as vítimas das violências e por seus familiares, pelo conforto espiritual: Oh!Deus meu! Eu creio, adoro, espero e vos amo. Peço-vos perdão pelos que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam. Oh! Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo! Eu vos adoro profundamente e vos ofereço o preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os tabernáculos do mundo, em reparação dos ultrajes com que Ele é ofendido; E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração e intercessão do Imaculado Coração de Maria, vos peço a conversão dos pecadores.

Um comentário:

  1. "A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano"

    Claudia Sampaio

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