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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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domingo, 14 de novembro de 2010

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO 33º DOMINGO COMUM

Frei Mário Sérgio, ofmcap
Estamos chegando ao fim do ano litúrgico C e à porta do novo tempo na vida a Igreja. As leituras nos ajudam a pensar, a rezar, a refletir sobre os fins dos tempos, que numa linguagem teológica chamamos de escatologia (escaton: último + logia: estudo), isto é, um ramo da teologia que se preocupa em pesquisar as coisas que acontecerão nos últimos dias. O último domingo é o da coroação de Jesus Cristo como sendo Rei do Universo. Jesus é o princípio e o fim, o alfa e o ômega, o Senhor da história.

Neste domingo, as leituras nos convidam a pensar sobre o verdadeiro sentido da volta de Jesus, da Parusia (grego transliterado=parousia, com o significado imediato e simples de "presença"). É a crença dos cristãos na segunda vinda do Cristo para a instauração definitiva do seu reinado. O salmo 97 dá a tônica da celebração: “O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.” O tema é, exatamente, esse: o julgamento (juízo) final.

Usando uma linguagem apocalíptica, de destruição, guerras, violências, sangue, de terrores, o evangelho (Lc 21, 5-19) vai narrando um diálogo entre Jesus e seus discípulos sobre os fins dos tempos. A partir de um comentário sobre a beleza arquitetônica do Templo, suas jóias preciosas, todo ouro que o faz reluzir, tornando-o morada digna de Deus, Jesus profetiza a sua destruição. Foi um choque terrível para os discípulos: destruindo o Templo, estaríamos destruindo o próprio Deus? E Jesus continua: não ficará pedra sobre pedra! Jesus começa a identificar o novo Templo com seu próprio corpo, isto é, Jesus se coloca como o verdadeiro lugar do encontro da humanidade com a divindade. Não precisamos mais dos referenciais humanos, limitados, frios, de pedras, para fazer uma experiência de Deus. O próprio Jesus o dirá: quem me vê, vê o Pai.

O destino do Messias será o destino dos discípulos: “sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão, sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome”. É a cruz que Jesus convidou os discípulos a carregar. Tome a sua cruz e me siga, isto é, vejam o meu projeto de vida e façam uma adesão livre e consciente, depois venham e sigam-Me. O convite de Jesus é radical, tem de doar a própria vida, nosso maior tesouro.

Quando vierem as tribulações, as perseguições, as mortes, a espada, a cruz, o sacrifício e o sofrimento, Jesus convida ao grande testemunho: aproveitem essas ocasiões para testemunharem a vossa fé! O discípulo consciente sabe que está travando uma grande luta contra os poderes do mal, da opressão, da injustiça. O preço é alto: “Eles matarão alguns de vós!”. Mas, é impressionante a fé dos primeiros cristãos: quanto mais os poderes do mundo os matavam, mais eles se multiplicavam, corajosamente!

Ainda uma palavra importante: Paulo exorta a comunidade a se movimentar, a trabalhar, a cuidar da vida cotidiana, sem alienações. O fato é que muitos cristãos, dado à iminência da volta de Jesus, que eles acreditavam ser imediata, largavam o trabalho e ficavam esperando o arrebatamento. Paulo é duro: quem não quer trabalhar, não deve comer! E ainda: muitos se ocupam em não fazer nada. A lição é muito clara: o reinado de Jesus passa pelas nossas mãos laboriosas. Somos nós os construtores desse novo reino de paz, de justiça, de comunhão, de libertação. Jesus nos ensinou o caminho, então, caminhemos! Cruzar os braços esperando uma intervenção do alto é viver uma fé de fantasias que não me compromete com a transformação das estruturas de morte que estão presentes no mundo.

O trabalho dignifica a pessoa humana e a associa ao mistério da redenção. Quando todos têm um trabalho digno, o reinado de Jesus já está acontecendo maravilhosamente, pois todos têm acesso a uma vida digna e justa. Não basta oferecer paliativo ao povo, mas empregos dignos para cada um construir sua própria felicidade. Porém, o labor cotidiano, duro e árduo, deve nos apontar para um alimento que perdura para sempre e que nos mata a fome de eternidade, que é a eucaristia, plenitude da vida digna de cada homem e de cada mulher. Trabalhemos por esse pão que nos ensina grandes lições para nossa vida.

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Leituras

1ª Leitura - Ml 3,19-20a

Salmo - Sl 97,5-6.7-8.9a.9bc (R. cf. 9)

2ª Leitura - 2Ts 3,7-12

Evangelho - Lc 21,5-19

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