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terça-feira, 2 de novembro de 2010

DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS

A VIDA CONTINUA

Frei Mário Sérgio, ofmcap

A dor de perder alguém que amamos é muito difícil de ser superada, de ser administrada, de ser ressignificada. Muitas pessoas morrem com aqueles seus parentes ou amigos que morreram. Perdem a alegria e a motivação para o próprio viver. Nesse sentido, a fé cristã é um caminho de integração dessas dimensões do existir. Aprendemos que a vida continua, mesmo depois da morte.

O luto causa uma dor uma dor terrível em que o sente. É a dor de amar. Em seu livro “A dor de amar”, o psicanalista J. D. Nasio dirá que a dor de amar é uma lesão do laço íntimo com o outro, uma dissociação brutal daquilo que é naturalmente chamado a viver junto. Assim, vamos compreendendo a dor que sentimos com a perda daqueles a quem amamos. Mas, essa dor não pode nos matar também. Quanto mais se ama, mais se sofre.

O luto não pode ser patológico, isto é, adoecer para sempre aquele que ficou vivo. Muitas pessoas convivem com a dor do ser amado há anos. Nunca cicatriza. Nunca supera. É tempo de voltar a viver. A palavra é “ressignificar” a presença do outro em mim. Quem morreu, vive de uma forma diferente em que ficou. Esse é o caminho saudável de superação da dor da morte. O que dói não é perder o ser amado, mas continuar a amá-lo mais do que nunca, mesmo sabendo-o irremediavelmente perdido.

Alguns pais que perderam seus filhos; alguns casais que ficaram viúvos; algum amigo que perdeu o amigo amado; às vezes esperam que um dia o outro que morreu entre pela porta de casa e volte ao convívio dos seus. Essa ilusão é a pior forma de superar o luto. Ficar de luto é aprender a amar de outra forma o morto, amá-lo sem o estímulo de sua presença viva.

Uma palavra do apóstolo Paulo aos Coríntios enche-nos de vida nova, de alegria e de alento: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isto Deus preparou para aqueles que o amam (1Cor 2,9)”. Paulo nos convida a pensar a vida a partir de Deus. Viver é um misto de certezas e incertezas; de ser e não-ser; de ir sem saber se volta; de dormir sem certeza do acordar; viver é experimentar a própria finitude. Se formos inculcar essas idéias, ficaremos loucos. Por isso, só Deus nos faz repousar tranqüilos. Nossa vida está nas mãos Dele. Ele cuida de nós. Sem a esperança em Deus, porém, as esperanças humanas se transformam em ídolos.

O Padre Marcos de Lima tem um belo poema sobre a esperança: “Peregrinos, não por evasão, mas por insatisfação; não por insensibilidade, mas por insaciabilidade. Toda terra estranha é para eles uma pátria e toda pátria lhes é uma terra estranha. Saborear o desassossego e o encanto das buscas. Não se cansar. A meta é o Pai. A casa própria não é aqui”. Supera o luto quem compreende a dimensão da vida eterna. Quanto mais mergulhamos em Deus, tanto mais aprenderemos a viver, experimentando a morte como uma páscoa, isto é, como uma passagem para a plenitude da vida.

Por fim, cuidar para que a perda de alguém que amamos não nos leve à depressão. Não podemos ficar obcecados por quem morreu; não precisamos ter raiva de quem morreu, como se ele tivesse nos abandonado; não precisamos alimentar sentimentos de culpa, achando que não fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para que ele sobrevivesse, mas abrir-se para novas possibilidades que a vida oferecerá. Com o passar do tempo, as pessoas em sofrimento, através da atenção e dos cuidados dos amigos, família e igreja, adaptam-se à perda e se recuperam sem a necessidade de um profissional de saúde mental. Nunca esquecer: a oração é um caminho seguro para nos ajudar a conviver com a perda de quem amamos.

Um comentário:

  1. "QUANDO PERDEMOS ALGUEM É COMO SE UMA PARTE DE NOS SE FOSSE TAMBEM.EU PERDI MEU FILHO DE 18 ANOS EM UM ACIDENTE DE CARRO.ATÉ HOJE FICO NA ESPECTATIVA DE COMO ELE FOSSE ENTRAR DE PORTA ADENTRO.FREI MARIO O SENHOR MAIS MIRO NÃO TEM NOÇÃO DE COMO ME CONFORTO COM SUAS MUSICAS HOJE NO DIA DE FINADO QUE O SENHOR ABENÇÕE VOCES

    MARIA EDUARDA

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