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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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domingo, 24 de outubro de 2010

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO 30º DOMINGO COMUM

O FARISEU E O PUBLICANO: DOIS MODOS DE DIALOGAR COM DEUS

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Todos os homens participam do mesmo destino, dividem as mesmas angústias, vivem sob o mesmo teto. Muitas coisas em comum, porém, assumem posturas bem diferentes no modo prático de viver. Mas, espiritualmente falando, todos são pecadores! Ninguém é melhor do que outro, somos diferentes! O problema do fariseu é que ele se sentia superior, mais santo, mais orante, mais puro, do que o publicano. Esse, por sua vez, reconhecia sua fragilidade, seus pecados e suplicava, humildemente, a misericórdia de Deus.

Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para mostrar aos discípulos o valor da humildade. Etimologicamente, humildade vem do latim Húmus, de onde também derivam Homem (Homo sapiens) e Humanidade. O fato de essas palavras estarem vinculadas a húmus é certamente, uma sábia exortação de que mantemos com a terra um vínculo eterno e embrionário. Reconhecer, e aceitar, essa verdade é não somente um princípio elementar de ecologia profunda, mas uma apologia ao valor e à lição da humildade. Essa idéia confronta, exatamente, com uma vida de ostentação, de luxo, de arrogância, de prepotência. Assim, não seremos uma terra fértil, boa, produtiva, mas um monte de cascalhos.

O fariseu era um homem de uma prática religiosa irrepreensível, mas lhe faltou respeito com a fé do outro, com a vida do próximo. Muito religioso, mas desumano! Em sua oração, o fariseu desenha sua imagem de Deus: exclusivista, mesquinho, autoritário e sem compaixão. Um “deus” que não acolhe os que erram, que não acredita na capacidade de superação da criatura. Definitivamente, essa não é imagem de Deus trazida por Jesus. Pelo contrário, o próprio Jesus dirá: Deus eleva os humildes! A oração do fariseu era de auto-louvor, incensava a si mesmo, exaltava seu méritos pessoais; a do publicano era um mergulho na fragilidade humana que confia na misericórdia de Deus, aí sim é uma verdadeira oração, isto é, confiança total em Deus, não em nossas próprias forças.

A salvação é um do divino. Ninguém se salvará por mérito próprio. Salvação é graça! Jesus Cristo é o salvador da humanidade, não há outro fora Dele. Assim como o fariseu, o mundo de hoje pensa que a política, a arte, a ciência, salvarão a própria humanidade. Ledo engano. Por isso, precisamos anunciar com mais ênfase ainda que só Jesus salva! Salva pela arte, pela ciência, pela política... Mas, é Ele quem salva se utilizando de tantos caminhos. O que determina um homem de sucesso é a competitividade, o culto à imagem, a posição social; o que determina um cristão de sucesso é a humildade, o culto da verdade e do dever.

Quando Jesus concluiu, de forma desconcertante, a parábola e acaba invertendo tantos pseudovalores que estavam estabelecidos naquela sociedade, mostrando claramente a misericórdia de Deus para com o pecador; e nós podemos concluir assim: Jesus fará a mesma coisa que o Pai! Na pedagogia de Jesus, a partir dessa parábola, ele ensinava aos discípulos exatamente isso: é assim que devo agir com o povo, sempre com misericórdia!

Por fim, Jesus contrasta dois tipos de religiosidade: a do fariseu – que representa o modelo auto-suficiente de uma piedade meritória; e a do publicano – possuidor de um currículo lamentável (era um ladrão institucionalizado) se reconhece pecador e culpado diante de Deus. E Jesus, como que contrariando a lógica, dirá: a oração do publicano (sincera) chegou a Deus; a do fariseu (cheia de méritos pessoais) não foi ouvida. Com o publicano de hoje aprendemos uma grande lição: só de joelhos somos grandes!

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LEITURAS DO 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM:

Primeira leitura (Eclesiástico 35,15b-17.20-22a)
Salmo (Salmos 33)
Segunda leitura (2º Timóteo 4,6-8.16-18)
Evangelho (Lucas 18,9-14)

Um comentário:

  1. Obrigada Frei , por nos ajudar sempre a compreender a Palavra de Deus , tantas vezes tão complexa..
    Sua benção e um afetuoso abraço ..

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