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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

domingo, 11 de março de 2012

III DOMINGO DA QUARESMA (Ano B


Frei Mário Sérgio, ofmcap

Quem criou o mundo, o ser humano, tudo que existe? Com essa pergunta, todas as pessoas, um dia, se deparam. Nessa busca inteligente de respostas, o ser humano pode ser ferir ou se libertar. Ferir quando essa busca não aponta para a Verdade última do ato criacional. Libertar quando a resposta nos leva à fonte originária do nosso ser e de tudo quanto existe. E, em se descobrindo quem nos criou, podemos entender que fomos criados para a felicidade. Esse é o objetivo da criação: a felicidade.

A lei, portanto, a negação do paraíso, é um caminho pedagógico de Deus para re-conduzir a criação ao Criador. Na condição paraíso, nenhuma lei era necessária porque o ser humano era um com o Criador. Porém, dotado de vontade e liberdade, o ser humano fez o caminho do anti-paraíso, buscou suas próprias satisfações, mergulhando numa profunda auto-suficiência, abandonando o projeto criacional de Deus. O pecado original é matriz de todos os outros pecados cometidos pelo ser humano. O batismo apaga esse pecado, mas as suas marcas ficam.

As leituras, deste terceiro domingo da quaresma, são um caminho de retorno à condição-paraíso. A lei, o decálogo, muito mais do que uma imposição, é uma forma de Deus continuar resgatando e amando, conduzindo ao bom caminho. O centro da lei judaica é o cuidado com a vida. E a lei dada pelo Senhor é para a libertação, nunca para a escravidão. Ninguém se escraviza quando serve ao Senhor, porque só pessoas livres o podem fazer. O salmista (Sl 18) nos lembra de que “a lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma”, ainda, “os preceitos do Senhor são preciosos, alegria ao coração”.

Jesus, no Santo Evangelho, tem um cuidado com os lugares de presença do Pai. O templo era, em seu tempo, a maior expressão da presença de Deus. O templo é o lugar do encontro, da Palavra, do culto, da partilha. Porém, estava se tornando uma casa de comércio e de exploração. Vender o sagrado sempre foi uma tentação da humanidade. Na ira de Jesus e no gesto de tomar o chicote, o Cristo revela sua missão: restaurar a casa de Israel. Mas, sua missão não termina por aí: preocupou-se, sobremaneira, com a pessoa humana, lugar privilegiado da presença de Deus. Jesus nos diz do cuidado com a vida, com a pessoa humana na sua complexidade, com o cuidado com a saúde, que é a vida dos povos, fazendo ponte com a Campanha da Fraternidade 2012.

Por fim, São Paulo nos lembra do conteúdo da nossa fé: o Cristo crucificado. Loucura para uns, sabedoria para outros. O convite de olhar para a cruz é perceber um Cristo fidelíssimo à sua missão, também fazer uma leitura do cumprimento da profecia do Cordeiro Imolado para sempre. O sacrifício de Jesus é único e valeu para todas as gerações. Esvaziar a cruz é pregar um Cristo desumano, desencarnado, descomprometido com a vida do seu povo, do seu rebanho. 

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LITURGIA DA PALAVRA - DOMINGO


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