São Pio de Pietrelcina
Frei Mário Sérgio, ofmcap

O tempo passa, os mitos enfraquecem, mas são ressignificados. Eles reaparecem com nova roupagem, nova linguagem, novos modelos. Mas, a essência continua sendo a mesma. O desejo de ser como eles continua no coração da humanidade. Ídolos do futebol, da música, do cinema, das telenovelas, dos esportes de modo geral, enfim. Mas, a idolatria é geradora de frustração e de vazio existencial. Mito é sempre algo inatingível, longe, bem distante. O mito sempre escapa aos que querem lhe decodificar, ele vai sempre além.
Paralelo à história das grandes epopéias, surge o cristianismo. Essa nova religião não apresenta um mito, mas o próprio Deus encarnado. Há quem queira fazer do Cristo um ídolo, mas não conseguirá, porque Jesus Cristo foge às categorias mitológicas. Primeiro: Jesus não é uma invenção da criatividade humana, nem das projeções psicológicas, muitos menos das neuroses de quem quer que seja. Segundo: Jesus – rosto divino do homem e rosto humano de Deus – foi homem em sua plenitude, não tendo nada em Si que negasse sua plena humanidade. Terceiro: a vida e a história de Jesus, seus ensinamentos e palavras, tocavam a profundidade da pessoa humana, que percebia, Nele, algo de diferente: o Próprio Deus entre nós.
Esse Jesus Cristo, Deus Conosco, passou pelo mundo chamando homens e mulheres para o seu seguimento. Formou uma comunidade sólida de discípulos e disse: “Vós fareis coisas maiores do que eu fiz” (Jo 14, 7-14). E, no decurso da história da Igreja, o que pudemos experienciar foi o número dos seguidores de Jesus que viveram profundamente esse chamado, realizando milagres e prodígios em Seu nome. Dentre esses seguidores, está São Pio de Pietrelcina, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Franciscano, pobre e humilde, sacerdote e confessor. Carregou, em seu corpo, as chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo por 50 anos. É um santo do século XX, que foi tão marcado por guerras, mortes e muito derramamento de sangue. Foi o belo sinal de contradição e de amor neste tempo tão cruel para a humanidade.
Ora, seria um mito o padre Pio? Claro que não! Venerá-lo é um culto de idolatria? Óbvio que não! O mito sempre aponta para sim. A idolatria é adoração ao que passa. Padre Pio não tinha força por si, mas por Aquele que é Maior do que Ele. Sua vida sempre foi apontar para o Cristo. Nunca quis vangloriar-se ao não ser no Senhor. Era um homem desprovido de vaidades e de orgulho. Viveu, mas já não era ele quem vivia, mas o Cristo que viva Nele. São Frei Padre Pio de Pietrelcina – rogai por nós!
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