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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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domingo, 31 de julho de 2011

REFLEXÃO DO 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Dai-lhes vós mesmos de comer!


Frei Mário Sérgio


Até o domingo passado, a liturgia da Palavra era um convite a pensar as imagens sobre o Reino de Deus: sementes, terrenos, joio, trigo, redes, peixes, pérolas, tesouros escondidos, dentre outros. Com a linguagem do seu tempo e do seu cotidiano, Jesus desconstruía um imaginário de realeza triunfalista, tirânica, sanguinária, excludente, e começa a dizer que seu reino era feito de pessoas simples e excluídas, quer era uma proposta universalista, e só seria possível de acontecer quando cada um fizesse o fermento crescer na massa.

Hoje, Jesus toca em coisas concretas ao falar do Reino: pão em todas as mesas. No reino inaugurado pelo Cristo, a palavra “fome” foi abolida, descartada, deletada. Em seu lugar, nasce a palavra “partilha”. Quando existe fome, significa que não se compreendeu a boa-nova trazida por Jesus. Para matar a fome do povo, Jesus comprometeu os discípulos numa clara mensagem de que ela é uma questão social, não espiritual. Onde há fome, há acúmulo, egoísmo, individualismo, falta de amor, avareza, corrupção, desumanidade, descompromisso... Tudo isso, contradiz a proposta do Reino de Deus, de justiça e paz.

Ao ver a multidão faminta, os discípulos tomaram a decisão mais prática possível: despediram o povo, mandando que cada um ser virasse para comer. Também apelaram para o Divino ao provocar Jesus para tomar uma solução. Sabiamente, Jesus disse: dai-lhes vós mesmos de comer! Ora, como os discípulos fariam aquela façanha? Jesus deixa um recado para todos os homens de todos os tempos: não culpem a Deus pelos seus pecados. Não coloquem em Deus a solução para problemas do cotidiano exigindo sua intervenção direta. Não lavem as mãos diante da dor e do sofrimento do irmão. Repito: fome é questão social, não espiritual.

Mas, Jesus faz o grande milagre da multiplicação do alimento: cinco pães e dois peixinhos, cinco mil alimentou, sem contar mulheres e crianças. Olhando para a multidão faminta, Jesus ensinava, talvez, a maior riqueza do reino: a partilha. Se ninguém acumular, ninguém passará fome. Hoje, o milagre é fazer o ser humano abrir o coração e o bolso para ajudar o próximo. Ou melhor, se o cristão fosse criterioso na escolha dos governantes, talvez a nossa história fosse escrita com outras tintas, da justiça social, do bem-estar e do respeito ao cidadão. Ninguém precisaria abrir bolso para o outro, porque todos viveriam com dignidade.

Jesus é o pão vivo descido do céu: eis o sonho que o mundo não quis entender! Não basta a preocupação com o pão material, isto é, comida, bebida, saúde, lazer, habitação, emprego, tudo isso é necessário, mas não podemos esquecer o pão que alimenta o espírito, o pão da eucaristia e da palavra. Viver uma fé preocupado, exclusivamente, com o pão do céu, é alienação; mas, viver buscando, exclusivamente, o pão material é uma fonte geradora de guerras, conflitos, violências de toda a sorte e de um profundo vazio na existência humana.

Enfim, o convite da I leitura deve ecoar em nossas almas com profundidade: quem tem sede, vinde às águas; quem tem fome, vinde comer sem nenhuma paga. Isaías falava do que seria a missão de Jesus depois: dar a água do espírito e o pão da eucaristia. Quem comer desse pão viverá eternamente. Por isso, pedimos pão do céu e pão da terra, por uma humanidade solidária e fraterna. 

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Leituras deste domingo:
  1. Primeira leitura - Is 55,1-3
  2. Segunda leitura - Rm 8,35.37-39
  3. Salmo - Sl 144
  4. Evangelho - Mt 14,13-21

Um comentário:

  1. Que todos compreendamoso valor da partilha, para que a fome deixe de existir, não só a fome de pão mas tambem e bem mais a fome de Deus.

    Maria de Lourdes

    Vale dos Lagos- Ssa

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