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sábado, 16 de julho de 2011

REFLEXÃO DO 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM

PARÁBOLAS DO REINO DE DEUS

Frei Mário Sérgio, ofmcap

O que seria do ser humano se Deus não tivesse paciência com ele? O que seria de mim e de você se Deus não tivesse paciência conosco? A liturgia deste 16º Domingo do Tempo Comum traz a parábola do joio e do trigo, quando fala do Reino de Deus. Mesmo sabendo que o joio estraga a plantação, o agricultor da parábola o deixa crescer com o trigo, no mesmo campo, na mesma terra, com as mesmas condições. Atitude questionada pelos outros agricultores, que não entendiam o porquê de se deixar crescer um mato que não serve para nada, senão atrapalhar o desenvolvimento do trigo. Deus tem seus mistérios, tem seus caminhos e tem muita, mas muita paciência com suas criaturas, todas amadas por ele, inclusive o joio.

Se pararmos para analisar as falas de Jesus, em nenhum momento Ele se preocupa em oferecer uma imagem do Reino que seja fantasiosa, enganadora, perfeitinha, pelo contrário, mostra as belezas e seus contrastes, as riquezas e a mazelas, os erros e acertos, as coisas boas e as ruins. Tudo é muito claro em Jesus. Ninguém pode reclamar que o seguiu enganado, ludibriado, entorpecido. O Reino é lindo, a proposta é extraordinária, é um campo de trigais. Mas, o joio sempre estará presente, não adianta pensar diferente. Importa-nos agir diferente!

Uma parábola auto-explicativa. Jesus vai dizendo: quem semeia o trigo é Deus; quem semeia o joio é o diabo. O que interessa, nessa parábola, é que ambos crescem sem ninguém perceber. Quando for se dá conta, ambos cresceram. Interessante para pensar a vida em comunidade, em sociedade, na igreja, na família, nos ambientes profissionais, dentre outros. O bem e o mal convivem juntos, muitas vezes, dentro de um mesmo coração. O joio são as atitudes humanas que impedem o Reino de Deus de crescer, de dar frutos, de se expandir. Atitudes mesquinhas, individualistas, egoístas, orgulhosas, mentirosas, invejosas, desdenhosas, enfim, as enfermidades são diversas. Dentro de nós tem trigo e joio crescendo ao mesmo tempo. E Deus espera que escolhamos, com nossa liberdade, o que deve crescer em nosso interior.

Jesus ainda conta mais duas parábolas: da semente de mostarda e do fermento na massa. Duas situações em que os objetos são pequeninos e que quando crescem fazem toda a diferença. A semente de mostarda s torna uma árvore grande que os pássaros encontram onde fazer ninhos. Ela é tão grande que acolhe a vida. Para começar gostaria de apresentar-lhes o momento histórico no qual o Senhor Jesus apresentou a parábola da semente de mostarda. O povo de Israel estava prisioneiro do poder romano e as profecias falavam da libertação do jugo que oprimia o povo. Os judeus esperavam o cumprimento da profecia, esperavam o Reino de Deus, esperavam a vinda do libertador, só que eles tinham um conceito errado de como o libertador apareceria. Eles o esperavam como um guerreiro dirigindo suas tropas militares para derrotar o Império Romano e estabelecer o Reino de Deus nesta terra. Eles esperavam um reino de luxo, de luzes, de glórias terrenas.

Quando Jesus apareceu, veio de modo completamente diferente do que eles esperavam. Apareceu como uma criança indefesa. Nasceu numa manjedoura, rejeitado e desprezado pelos homens. Não era esse o tipo de libertador que o povo judeu esperava. Então, Jesus começou a chamar homens para fundar Seu reino nesta terra. Pescadores, publicanos, cobradores de impostos. Esse grupo de doze homens começou a seguir Jesus, temeroso e perguntando-se: Será que estamos tomando a decisão correta? Será que estamos acertando, deixando o nosso trabalho, que é a fonte do nosso sustento, para arriscar o nosso futuro com Alguém que prega o Reino de Deus, mas parece que não vai transformar nada?

Jesus observou a dúvida que atormentava o coração dos seus discípulos e então apresentou a parábola da semente de mostarda, querendo dizer que o Reino de Deus pode parecer pequeno no início, mas que crescerá e um dia todas as aves do céu chegarão para fazer seus ninhos nessa árvore. Quando Jesus apresentava o Reino, sempre surpreendia o povo, os discípulos. O Reino de Deus é feito de coisas e atitudes simples, porém, grandiosas quando feitas com amor e dedicação.

Peçamos as luzes do Espírito Santo que venha em socorro de nossa fraqueza, como nos diz Paulo na segunda leitura, para termos a sabedoria que discernir em nós mesmo o que é atitude trigo e joio em nosso cotidiano, em nossa família, em nossa igreja, no mundo em que habitamos. Ao mesmo tempo, perceber as insídias do diabo nessa sociedade em que vivemos, tão cheia de coisas ruins, camufladas de coisas boas, que seduzem os olhos e aprisionam o coração. Que a oração do Pai Nosso nos ensine a suplicar o verdadeiro Reino de Deus, de justiça e paz, de pão nosso para cada mesa, para cada lar.
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Leituras nos links seguidos:
  1. Primeira leitura - Sb 12,13.16-19
  2. Segunda leitura - Rm 8,26-27
  3. Salmo - Sl 85
  4. Evangelho - Mt 13,24-43

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