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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reflexão da Ceia do Senhor - Quinta-feira Santa

CEIA DO SENHOR

Frei Mário Sérgio, ofmcap

A celebração desta Quinta-Feira Santa abre os rituais do tríduo pascal, paixão-morte-ressurreição de Jesus. É uma grande celebração que começa hoje termina na madrugada de domingo, quando a pedra rolar daquele túmulo e a vida definitivamente vencer a morte. Hoje começamos a preparar a festa da páscoa, a mesa, a reunião dos amigos e comensais, preparando o cordeiro que será imolado. Um canto da nossa tradição, bem traduz esse momento: “Eu quis comer esta ceia agora, pois vou morrer já chegou minha hora”.

O contexto da celebração do lava-pés acontece num clima de muita tensão, de medo, de silêncio, de incompreensão. O mestre fazendo às vezes de um escravo? Servindo ao invés de ser servido? Tomando a condição de servo, quando deveria ser o senhor? Questionamentos como esses, pairavam nas cabeças dos discípulos. Ninguém tinha coragem de perguntar o que estava acontecendo, apenas viviam. Mas, Pedro não se dar por convencido e reclama: Os meus pés, não lavarás! (Jo 13,6). Pedro rejeitava a ideia de um mestre-escravo. Pronto, alguém teve a coragem de romper aquele silêncio sepulcral.

O susto de Pedro possibilita a Jesus poder falar, de forma quase conclusiva, de sua grande missão em meio aos homens: “Se eu, vosso Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,14-15). Jesus veio lavar os pés da humanidade. Por mais absurda que possa soar essa afirmação, ela é a pura verdade. O próprio mistério da Encarnação do Verbo já assinala essa decisão: pobreza, exclusão, simplicidade, necessidade, carne. Quem se escandaliza com o ritual de lava-pés, o que diria da encarnação do Filho de Deus? Os mistérios na vida de Jesus são sistemáticos, ou acreditamos em todos, ou não acreditamos em nenhum. Não se pode acreditar em partes da vida de Jesus. Sua permanência entre nós foi radical, verdadeira e geradora de muita vitalidade.

Fazer o mesmo! Eis o convite do Nosso Mestre-Senhor. Engana-se o cristão que pensa que todos devem estar a seu dispor, inclusive o próprio Deus. Pelo contrário, ser discípulo é ter a coragem de colocar o avental na cintura, pegar a bacia com água e lavar os pés da humanidade: pobres, excluídos, sofredores, marginalizados, doentes, famintos, nus, encarcerados, esquecidos, e a lista poderia seguir ao infinito. Servir não é possibilidade, é condição do discipulado. Já está provado, quem ajuda o próximo é sempre o primeiro a beneficiar-se da própria caridade de que é protagonista. Servir, com amor e liberdade, faz bem para o corpo-alma-espírito, isto é, para a totalidade do nosso ser.

Também, nesta quinta-feira, celebramos a instituição (criação) de dois grandes e preciosos dons que o Cristo ofereceu a sua igreja: o sacerdócio ministerial e a eucaristia. Duas realidades indissociáveis. Um não existe sem o outro! São duas realidades onde o Cristo atual profusamente: Ele próprio é o Sacerdote, Ele próprio é o alimento. Que Deus abençoe nossos padres neste dia tão especial e que todos os cristãos assumam o compromisso de comungar do Corpo e Sangue de Cristo com a mesma disponibilidade de viver esse gesto de amor na vida cotidiana, amando a todos sem fazer acepção de pessoas ou gêneros, para que esse alimento salutar não nos sirva de condenação. 


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  1. Primeira leitura - Êx 12,1-8.11-14
  2. Segunda leitura - 1Cor 11,23-26
  3. Salmo - Sl 115 
  4. Evangelho - Jo 13,1-15

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