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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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domingo, 12 de setembro de 2010

Reflexão do evangelho do 24º domingo do tempo comum (12/09/10)

O filho pródigo e o pai misericordioso (Lc 15, 1 – 32)

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Qual é a medida do amor de Deus para com a humanidade? Eis uma pergunta que nunca deixará de ser feita! É possível que Deus seja sempre perdão, amor, misericórdia, compaixão e paciência? Será que tem limite o amor de Deus? Na liturgia do 24º domingo do tempo comum, experimentaremos as respostas para tais indagações. É o domingo da misericórdia do Pai. Do amor incondicional. Do perdão sem limites. Do abraço reconciliador.

Em três situações distintas, Jesus descreve uma faceta do amor do Pai pelos homens. A primeira é da ovelha perdida. A figura do pastor aparece como aquele que cuida e se preocupa de tal maneira por uma só ovelha que se perde, que por ela é capaz de abandonar todas as demais, temporariamente, para procurar uma única que se perdeu. E Jesus conclui, haverá mais festa no céu quando um pecador mudar de vida do que pelos justos que lá se encontram. A segunda é da moeda perdida. Uma mulher perde uma moeda, valor de um salário de um dia, e pega um candeeiro e põe-se a procurar avidamente por aquele objeto de valor, e quando a encontra, a alegria toma conta daquela mulher. E Jesus conclui, haverá mais alegria entre os anjos quando um pecador se encontrar com o perdão de Deus. Nessas duas parábolas, as coisas foram perdidas: a ovelha e a moeda. Não houve um ato de liberdade. Apenas um lapso de quem cuidava.

Jesus, para coroar o ensinamento sobre a misericórdia de Deus, contará mais uma parábola: a do pai misericordioso. Ao longo de muito tempo, chamou-se parábola do filho pródigo, o que não corresponde ao ensinamento de Jesus. O foco está na misericórdia do pai e não no pecado do filho. Em síntese: o filho pede a herança de que tem direito e vai para o mundo, gasta tudo com farras e prostituição e fica pobre. Acaba num chiqueiro, tendo de comer lavagem dos porcos para sobreviver. Caiu em si e lembrou-se que seu pai é muito amoroso e nunca tratou um empregado com desprezo ou com opressão e decide levantar daquela lama fétida e se tornar escravo do próprio pai para ter uma vida mais cômoda. O que esse filho não sabia é que seu pai nunca mais teve paz interior depois que ele saiu de casa. Era uma vida de angústia, de sofrimento, de solidão. Como aquele filho fazia falta para aquele velho pai!

Muitas vezes queremos desfrutar de nossa liberdade, abandonando a quem amamos, por uma vida de aventuras e curtições. Gastamos nossa dignidade de filho amados de Deus, perdemos o respeito pelo outro, esquecemos de que temos uma família que nos ama e que sofre com nossos erros e afastamentos... Mas, nem sempre temos a coragem desse filho pródigo de tomar consciência de nosso pecado, de nosso limite, de nossa lama, de nossa sujeira e regressar ao colo de Deus. A lama quanto mais é remexida, mais afunda. Assim, acontece com quem vive no pecado: a tendência é de afundar cada vez mais! O segredo está guardado em nosso coração: no fundo de nossa insensatez, sabemos que nosso pai nos ama! Agora, é criar coragem, levantar a cabeça e caminhar ao encontro desse pai amoroso, deixando que a lama caia ao longo do caminho de volta para casa.

O filho pródigo, todo sujo de lama, que ao longo do caminho de volta acabou virando uma couraça de sujeira, queria, apenas, ser escravo do pai. Para sua mais absoluta surpresa, o pai o recebe com a mesma dignidade com que o despediu: roupa nova, anel, sandálias aos pés e muita, mas muita festa mesmo. O sentimento do coração daquele pai era somente esse: seu filho estava morto e agora ressuscitou! Aquele abraço foi tão acolhedor, tão curativo, tão misericordioso que o pecado se tornou um detalhe, importava celebrar a graça do arrependimento e da vida nova.

Agora, um outro personagem entra em cena: o filho mais velho. Esse sempre fiel, trabalhador, honesto, cumpridor do seu dever e temente ao pai. Mas, diante do pecado do irmão, não foi capaz de agir com misericórdia. Foi duro no julgamento. Não aceitou, em hipótese alguma, o retorno do irmão. Na verdade, aquele irmão pródigo já havia morrido no coração do irmão mais velho. Esse, aponta para uma dificuldade do coração humano: desistimos, facilmente, de quem amamos! Somos cruéis com os erros dos outros. Somos insensíveis com os dramas dos pecados alheios. E, pior ainda, temos dificuldade em acreditar na mudança e na conversão daqueles a quem consideramos perdidos.

Três pessoas e três atitudes diferentes: o filho pródigo, arrependido dos erros; o pai amoroso, que age com misericórdia e aceita o filho de volta; e o filho mais velho, que não acolhe o irmão pecador. Onde nos encontramos nesse sócio-drama? Hoje, em meu atual contexto de vida, quem sou eu em relação a esses três personagens? Sinto-me perdido, afastado de Deus, da minha família, daqueles a quem amo (filho pródigo)? Estou desafiado a acolher alguém, seja um amigo, irmão, filho, esposa, esposo que errou e que precisa do meu perdão e do meu acolhimento (pai misericordioso)? Ou tenho sido duro nos meus julgamentos, na aceitação do erro do outro, sentindo-me melhor, mais puro, mais santo (filho mais velho)?

Por fim, Deus nos ama com misericórdia, ternura e amor incondicional. Esse foi o Deus que Jesus veio revelar: amor! Quando percebemos que Deus nos ama assim, sentimos que estar longe dele e dos outros, por razões humanas, é perder tempo, e perder Deus. Então nasce, espontaneamente, a necessidade de pedir perdão!

LEITURA DO DOMINGO:
I LEITURA – Ex 32, 7-11.13-14
SALMO – 50
II LEITURA – 1Tm 1, 12-17
EVANGELHO – Lc 15, 1-32

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