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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FESTA DE SÃO PIO DA PIETRELCINA (23/09)

TRECHOS DA HOMILIA CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS NA CONCELEBRAÇÃO DE AGRADECIMENTO POR SÃO PIO DE PIETRELCINA

Vaticano, Segunda-feira, 17 de Junho de 2002

"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos" (Jo 15, 13). Os amigos do Senhor são muitos, não se podem contar as testemunhas do Evangelho que consagraram a sua vida a Cristo. O salmista recorda que "Deus é admirável nos seus santos" (Sl 67, 36), verdadeiramente Ele continua a realizar maravilhas nos seus servos bons e fiéis. Hoje a nossa atenção dirige-se, de maneira muito particular, para um deles: Padre Pio de Pietrelcina, ao qual Cristo chamou "amigo" e que ontem o Sucessor de Pedro inscreveu no álbum dos Santos.

Ao redor do altar, com o coração repleto de alegria, desejamos agradecer ao Senhor, e ao Santo Padre João Paulo II, por ter dado o humilde frade capuchinho como modelo de santidade a toda a Igreja e como nosso intercessor junto de Deus. Foi dito, de modo sugestivo, que Padre Pio é o "santo do povo". Verdadeiramente ele foi "um humilde frade capuchinho que surpreendeu o mundo com a sua vida, toda dedicada à oração e à escuta dos irmãos", como recordou o Papa na homilia de beatificação.

O novo Santo capuchinho é, em primeiro lugar, um apaixonado de Cristo, como S. Paulo. Para ele, como para o Apóstolo, viver é Cristo, Cristo crucificado, até se identificar com Ele, reproduzindo na própria carne os sofrimentos da Cruz de Cristo. Ele podia repetir, como nos disse o autor da carta aos Gálatas: "trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus" (Gl 6, 17). Mas a cruz de Padre Pio, levada por amor a Cristo, esteve sempre iluminada pelo esplendor da Ressurreição e, portanto, é fonte inexaurível de esperança.

Manifestou este seu amor total a Cristo, amando intensamente os irmãos. Deste amor, o frade dos estigmas deu provas sobretudo no exercício do ministério do confessionário que praticou durante cinqüenta e oito anos, incansavelmente, de manhã até à noite. Dirigiam-se a ele homens e mulheres, doentes e sãos, ricos e pobres, jovens e adolescentes, eclesiásticos e leigos, pessoas simples e de cultura. A todos recebia com zelo, sabia ouvi-los, dizia-lhes palavras de sábio guia espiritual, e transmitia ao seu coração uma grande serenidade interior.

O Santo de Pietrelcina soube semear a paz nos corações também através das longas horas de oração e de celebração do sacramento do perdão que absorveu todo o seu tempo, assim como por meio de várias obras caritativas: os lares queridos em San Giovanni Rotondo, o Instituto de formação dos Terciários de Nossa Senhora das Dores, e primeira de todas, a "Casa Alívio do Sofrimento".

Quando já se tinha difundido a fama de Padre Pio e o estigmatizado de San Giovanni Rotondo era muito procurado, aos que lhe diziam "Padre, verdadeiramente vós sois tudo para todos", ele respondia: "Corrige! Sou o tudo de cada um. Cada um pode dizer: o Padre Pio é meu" (Santos e Santas na Ordem dos Frades Capuchinhos, vol. III et Post. Gen. Cap., 1982, pág. 343).

Caríssimos, ao regressar às nossas casas, comunidades, países ou cidades, ao voltar para as nossas famílias, levemos conosco a convicção de que São Pio de Pietrelcina é "todo" nosso, é todo de cada um, mas para nos guiar para Cristo, porque este foi e continua a ser o seu grande desejo.

A vós, queridos Frades Capuchinhos, que destes à Igreja tantos Santos, desde o início da fundação da vossa Ordem até aos nossos dias, a vós que estais aqui presentes e a todos os vossos Irmãos de hábito espalhados no mundo para anunciar o Evangelho do amor e da paz, desejaria convidar-vos a ser edificadores de paz, com a simplicidade do vosso ser "frades do povo", com a vossa vida e com o testemunho da vossa fraternidade. O mundo precisa do vosso testemunho de simplicidade, de alegria, de sorriso, do vosso "Paz e bem", para continuar a esperar, a crer e a amar.

E a todos vós, devotos e filhos espirituais do Padre Pio desejaria recordar, para concluir, as palavras pronunciadas pelo Santo Padre João Paulo II aos jovens, na sua recente viagem à Bulgária: "Aceitai com coragem humilde a proposta que Deus vos faz. Na sua onipotência e ternura, Ele chama-vos a ser santos. Seria de estultos gloriar-se de uma semelhante chamada, mas seria irresponsável rejeitá-la. Equivaleria a assinar a própria falência existencial. León Bloy, um escritor católico francês de Novecentos, escreveu: "Há apenas uma só tristeza, a de não ser santos."

Na realidade, caríssimos irmãos e irmãs, estas palavras são válidas também para todos nós. De fato, unicamente aceitando a chamada de Deus a sermos santos, "daremos fruto e o nosso fruto permanecerá"; só assim seremos "sal da terra e luz do mundo". Como o nosso querido novo Santo, Padre Pio de Pietrelcina.

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