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domingo, 28 de fevereiro de 2010

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR - II DOMINGO DA QUARESMA

Frei Mário Sérgio, ofmcap

O caminho para a pátria definitiva é longo. Começou em Abraão e continua até os nossos tempos. O chamado que Deus fez a esse homem, e sua resposta madura e livre, totalmente despojada, aponta para cada um de nós e nossas respostas para Deus. A aliança entre Deus e Abraão foi de uma parceria profunda. A quaresma é o tempo de partirmos também. É tempo de sairmos de nós mesmos na direção de Deus, de nós mesmos e do outro. São saídas que me desinstalam, mas são necessárias. Uma vida inerte é um desastre para a pessoa. Caminhar é próprio da pessoa humana. Somos peregrinos nas estradas da vida.

No evangelho de Lucas (9, 28-36), o episódio da transfiguração. Jesus, rosto divino do homem e rosto humano de Deus. Pedro, Tiago e João viram o Cristo Glorioso diante dos seus olhos. O céu se antecipou para aqueles apóstolos que, diante de tamanha luz, ficaram, humanamente, amedrontados. Lucas diz que Jesus subiu ao monte Tabor para rezar. Jesus era, profundamente, orante. Sua intimidade com o Pai não tinha lugar nem tempo para acontecer, era em todo momento, em todo instante. Rezava sempre, na alegria e na tristeza, na realização de um milagre ou na solidão do deserto, no silêncio das madrugadas frias. Rezar era necessidade para Jesus. Era sua força e seu alimento.

O coração de Pedro não se conteve de tanta alegria e disse: Mestre é bom estarmos aqui. O desejo de Pedro não é muito distante do nosso. Num mundo cheio de violências, fomes e misérias; às vezes nossa família tão problemática, onde ninguém se entende, ninguém se perdoa; quando as desilusões atormentam nosso viver; quando o desemprego insiste em nos acompanhar por tanto tempo; quando a doença parece roubar nossa expectativa de vida... Vem o desejo: Senhor, deixa-me ficar aqui, ao teu lado, nessa paz profunda, nesse gozo do céu, nessa ausência de problemas e dificuldades. Mas, a transfiguração do Senhor durou pouco tempo. O suficiente para os apóstolos saberem que Ele era Deus. O Filho muito amado de Deus. Na vida, o que conta é a intensidade e a verdade do momento.

São Paulo, na carta aos Filipenses (3, 17–4,1), lembra-nos da nossa meta: o céu. Nossa vida tem sentido e destino certo. Somos concidadãos dos santos. Ele transformará nosso corpo humilhado num corpo glorioso semelhante ao Dele. Que linda promessa! Continuemos nossa caminhada quaresmal. Se a cada dia a cruz se torna mais evidente, a certeza da transfiguração nos impele a caminhar sem medo. A vida é uma mistura de cruz e luz. Mas, a última palavra é sempre da luz: ressurreição. Pensemos, hoje, nos desfigurados de nossa sociedade: drogados, excluídos, doentes abandonados, crianças famintas, famílias feridas, vítimas de catástrofes e tantos outros. Peçamos, ao Cristo Transfigurado, que transforme esses desfigurados em homens e mulheres restaurados. Porém, essa transfiguração pelas nossas mãos. Que a religião não nos aliene ou nos faça fugir da realidade que clama por justiça social. É nossa missão transformar o mundo, transformando-nos.

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II DOMINGO DA QUARESMA
Gn 15, 5-12.17-18
Sl 26 (27), 1.7-8.9abc. 13-14
Fl 3, 17 – 4,1
Lc 9, 28b-36

Um comentário:

  1. " Mestre como é bom estarmos aqui!"
    Como é maravilhoso sentir-se na presença do Pai!
    Penso que cada um de nós teríamos agido como Pedro,e desejado eternizar aquele momento.

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