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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ABERTURA DO PROGRAMA DE RÁDIO - QUINTA às 16h - www.am840.com.br

Perdão: eu posso!

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Hoje eu faria de uma forma diferente! Quem nunca se pegou pensando assim? Nem sempre agimos como gostaríamos. Excedemo-nos, machucamos, magoamos, ferimos. Foi uma palavra dura, dita na hora errada, do jeito errado; foi um gesto grosseiro que feriu o outro; uma calúnia, uma difamação. Enfim, o impulso foi muito forte e rápido demais, levando-me a um processo que eu mesmo não quereria nunca na minha vida. E agora, como reconstruir a relação abalada? Só pela graça do perdão!

Quando amadurecemos, olhando para dentro de nós mesmos, num desejo profundo de crescer, aprendemos formas de viver concretas, e a experiência nos mostra, dia-a-dia, que sempre podemos voltar atrás, refazer o que fizemos de errado, recomeçar. Quem se apega àquilo que o faz sofrer, remoendo passados feridos, demorará a abrir-se ao processo necessário do perdão. O auto-conhecimento nos leva a ter mais autonomia em relação a nós mesmos. Quem não se esforça por conhecer-se, viverá à revelia de si mesmo. Então, acumulará mais sofrimento ainda. A falta perdão adoece, mata-nos aos poucos.

O remédio para fazer o perdão acontecer é o tempo. Deixar passar o tempo, que o tempo ajuda demais e faz esquecer. E quando o tempo teima em não cicatrizar as feridas? Significa que não estamos colaborando com o tempo. Passar o resto da vida arquitetando uma vingança é muito deprimente, ninguém merece. Sou forte quando consigo perdoar, não quando me vingo! Vingança é um instinto primitivo, sem reflexão, sem escuta, sem transformação nenhuma. Além disso, perdoar é como antitóxico: tira o veneno do organismo.

Muitas pessoas se preocupam com qualidade de vida: boa alimentação, prática de exercícios físicos, cultura, arte, boas leituras... Mas, esquecem-se do perdão. Somos seres integrados. Somos uma unidade psicossomática (corpo-alma-espírito), ou nos cuidamos como um todo, ou teremos terríveis lacunas em dimensões da nossa vida. Sem dúvida alguma que a falta de perdão causa um malefício estrondoso ao nosso equilíbrio humano.

Um entrave no processo do perdão é o esquecimento. Perdoamos, mas não esquecemos. Perdoar é mais fácil que esquecer... Quando pensamos que esquecemos, basta uma palavra, um gesto, ou coisa assim, e tudo volta rapidamente à nossa mente. É tão rápido que nem percebemos direito. É o jogo das nossas paixões. O inconsciente guarda tudo. Porém, a cura está na capacidade de ressignificar: quando o sentimento volta, podemos dizer – “tudo bem, eu já perdoei” – e continuar o caminho da cura e da libertação, sem retroceder, sem ficar em círculos viciosos, que vão e vêm.

Em Jesus, uma das características fundamentais da revelação do amor de Deus é o perdão, fruto da misericórdia. Na antiga Lei predominava o revide à agressão e o extermínio do inimigo. A interrogação de Pedro a Jesus indica uma tolerância limitada à ofensa. A resposta de Jesus, com a figuração numérica de "setenta vezes sete", revela que o perdão não tem limites. Quem toma consciência de que recebeu o infinito perdão do Deus misericordioso deve perdoar sem limites.

Uma oração para nos ajudar a viver o perdão: Pai, predispõe meu coração para o perdão, e que eu esteja sempre disposto a perdoar e a querer viver reconciliado com meu semelhante.

Um comentário:

  1. “Basta uma graça dessas para transformar uma alma por inteiro”

    belissima a sua reflexão acompanhada da sua voz e da sua canção belissima.

    de sua fa Maria do rosario

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