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quinta-feira, 4 de março de 2010

“SOU O QUE SOU PELA GRAÇA DE DEUS” (I Cor 15, 10)

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Uma das mais fascinantes personalidades do mundo bíblico é Saulo de Tarso, que depois viria a ser Paulo de Tarso. Mudar de nome, era muito mais do que trocar uma identidade por outra, era, verdadeiramente, a marca de uma nova missão. Do latim “Paulus, Paullus”: pequeno. O maior evangelizador que o cristianismo já conheceu, era pequeno de nome. Em momento algum, Paulo escondeu sua personalidade. Era dotado de grande inteligência, capacidade administrativa, visão de mundo, mas um homem de temperamento muito forte, difícil de conviver. Paulo era um evangelizador urbano. Não teve medo dos desafios de evangelizar na cidade. Paulo foi se deixando moldar pelo Espírito Santo de Deus. A graça foi atuando em sua vida com muita intensidade. Aquele Saulo perseguidor, rigoroso e cruel, foi sendo quebrado, aos poucos, pela força da oração. Na verdade, não há coração impossível para a Palavra de Deus, na unção do Espírito, aquebrantar. Nem o de Saulo.

Podemos ser melhores do que somos. Podemos mudar nosso modo de ser e de agir. Basta querer! Cada um sabe onde deve mudar, onde deve melhorar, onde deve crescer. Não precisamos, necessariamente, que alguém nos diga onde podemos crescer em nossa vida pessoal. Sabemos, exatamente, como Paulo, quem é ou o que é o espinho em nossa carne (2 Cor 12, 7). Claro, existem muitas pessoas que não têm a mínima noção de quem são. Essa ignorância de si mesmo é fonte de muitas feridas ao longo da vida. Saulo é o homem (a pessoa) que cada um precisa abandonar, deixar para trás, apagar do próprio existir. Ser Paulo é nossa meta, isto é, apaixonar-se por Jesus e, por Ele, ser capaz de dar a vida inteiramente. Esse lado Saulo de nossa personalidade, teremos de aprender a conviver com ele. Sempre nos acompanhará.

Paulo foi um homem, completamente, seduzido por Deus. Ele abraçou a fé cristã com todas as fibras do seu ser. Mas, tinha consciência do vaso de barro que era (2Cor 4, 7). Trazia um tesouro de inestimável valor dentro de si, mas era uma pessoa frágil. Assim, somos nós! Portadores de um grande tesouro que, nem sempre, sabemos cuidar com esmero ou, na pior das hipóteses, nem sabemos que ele (o tesouro) existe dentro de nós. De que tesouro você é portador? Qual é a preciosidade que você carrega dentro de si? Somos mais do que nossos olhos podem ver!

É belíssimo o que Paulo escreve aos Filipenses: “eu considero que tudo é perda em comparação deste bem supremo que é o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por causa dele, eu perdi tudo e considero tudo como esterco, a fim de ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não já com uma justiça que seja minha, que venha da lei, mas com a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se apóia na fé. Trata-se de conhecê-lo, conhecer o poder da sua ressurreição e à comunhão com os seus sofrimentos, de tornar-se semelhante a ele na sua morte, a fim de chegar, se possível, à ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha alcançado tudo isso ou já me tenha tornado perfeito; mas arremeto para tentar alcançá-lo, porque eu mesmo fui alcançado por Jesus Cristo”. (Fl 3,8-12). Muitas vezes, queremos alcançar Jesus para que Ele mude nossa vida. Corremos para todos os lados, mudamos de religião, de igreja, de movimentos, de grupos... E esquecemos uma verdade vivida por Paulo: “eu mesmo fui alcançado por Jesus Cristo!”. É o Cristo que nos quer, antes mesmo, de nós o querermos. Basta saber parar e ouvi-lo chamar! Quando nos perdemos de Cristo, deixamos de ser pessoa. Vamos perdendo a graça e o egoísmo vai tomando conta de nosso coração, de nossas ações. Na vida, precisamos reconhecer o quem tem sido esterco para nós. Paulo descobriu. Pela fé, Paulo se abriu ao novo trazido por Jesus Cristo, e mudou para melhor.

Também podemos mudar! Se pelas minhas forças humanas, não sou capaz, pelo poder da Palavra de Deus e do Espírito Santo, eu posso. Aí sim, diremos como Paulo: “Sou o que sou, pela graça de Deus”. Pela graça, não sou arrogante, nem prepotente, nem humilhado, nem melhor do que os outros, nem mais importante. Pela graça, deixo o Cristo habitar em mim e conduzir meus passos. Nossa meta é um dia poder dizer como Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

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