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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

sábado, 31 de março de 2012

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR




O QUE CELEBRAMOS?
·         O duplo nome da festa indica dois mistérios diferentes, duas tonalidades espirituais diferentes, duas histórias diferentes: Ramos e Paixão.
·         Na procissão de ramos, celebramos a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém para realizar seu mistério pascal. O uso dos ramos faz alusão à festa das tendas.
·         A missa com a leitura da Paixão do Senhor é centrada sobre a figura de cristo como Servo Sofredor. As leituras falam da perseguição, do sofrimento e da entrega de Jesus que se fez o Servo do Senhor; realçam sua fidelidade à sua missão para salvar os pobres e humildes. Ele se associa a todos os sofredores e sofredoras do mundo, a todos os pequenos e injustiçados. Ele nos convoca para segui-lo neste caminho, hoje.

ESTRUTURA DA CELEBRAÇÃO:
Há três partes na celebração: memória da entrada do Senhor em Jerusalém (pode ser por três modalidades: procissão com os ramos, entrada solene ou entrada simples); liturgia da Palavra com a leitura da Paixão do Senhor e liturgia eucarística.

PROCISSÃO COM OS RAMOS:
·         O mais importante não é a benção, mas a procissão com os ramos. Não se aconselha fazer a procissão depois a benção dos ramos. A benção está em função da procissão.
·         Aproveitar que é uma festa de devoção “benzer os ramos” para uma boa catequese sobre o sentido da vida em comunidade.

LITURGIA DA PALAVRA:
·         Leitura da Paixão do Senhor: sem velas, sem incenso, sem a saudação “ O Senhor esteja...”, sem fazer o sinal-da-cruz sobre si mesmo nem sobre o livro; no final, não se beija o livro nem se diz “Palavra da Salvação”.
·         Se for proclamar o texto longo, o padre sempre faz a voz de Jesus. Convém intercalar a proclamação com refrões meditativos (Prova de amor e outros). O povo pode ficar sentado. Na narração da morte, todos ficam de joelhos por um instante.
·         Na homilia, pedir testemunhos da comunidade de sofrimentos e situação semelhantes à narração do Evangelho. Depois, iluminar com a Palavra de fé e de esperança.

Fonte: BUYST, Ione. Preparando a Páscoa. 2ªed. Paulinas, São Paulo 2005.

quinta-feira, 15 de março de 2012

RECUPERAR SÃO JOSÉ



Sempre tivemos uma imagem triste e descolorida de São José. Imaginamo-lo como um pobre homem (quando não um idoso), manso e sofredor, que mês após mês teve que ver crescer o ventre da sua amada, enquanto por dentro por dentro morria de dor em silêncio. Desorientado e quase ridículo, lutando entre a confiança e a dúvida, entre o amor e os ciúmes. Como era incapaz de compreender o mistério da encarnação, não lho diziam. Mas este não é o São José do Evangelho. José nunca teve dúvidas acerca da sua Maria. Soube tudo desde o princípio, porque tinha a mesma maturidade que a sua esposa. A sua única dúvida era sobre se Deus o queria ou não ao lado da sua mulher. E Deus fez-lhe saber que sim.

Hoje os cristãos entronizamos muito a Maria, mas não tanto a José. Na Liturgia temos muitíssimas festas da Virgem Maria, mas só duas de São José: 19 de Março e 1 de Maio. Os próprios estudos de Mariologia dão a impressão de que ela não teria sido casada, que se tivesse santificado fora do contexto matrimonial e familiar. Até as nossas devoções, imagens e pinturas se centram quase exclusivamente em Maria, e prescindem de José. Separámos o que Deus uniu!

Mas, Maria e José amaram a Deus em conjunto. Santificaram-se juntos. Um com o outro. Um graças ao outro. Estiveram juntos desde o princípio. Por isso, hoje, quando tantas famílias atravessam momentos de crise, quando muitos casamentos metem água por todos os lados, e a Igreja não dispõe de modelos conjugais, convém lembrar José, a quem Deus quis santificar em família unido para sempre a Maria. 
Frei Lopes Morgado, ofmcap

domingo, 11 de março de 2012

III DOMINGO DA QUARESMA (Ano B


Frei Mário Sérgio, ofmcap

Quem criou o mundo, o ser humano, tudo que existe? Com essa pergunta, todas as pessoas, um dia, se deparam. Nessa busca inteligente de respostas, o ser humano pode ser ferir ou se libertar. Ferir quando essa busca não aponta para a Verdade última do ato criacional. Libertar quando a resposta nos leva à fonte originária do nosso ser e de tudo quanto existe. E, em se descobrindo quem nos criou, podemos entender que fomos criados para a felicidade. Esse é o objetivo da criação: a felicidade.

A lei, portanto, a negação do paraíso, é um caminho pedagógico de Deus para re-conduzir a criação ao Criador. Na condição paraíso, nenhuma lei era necessária porque o ser humano era um com o Criador. Porém, dotado de vontade e liberdade, o ser humano fez o caminho do anti-paraíso, buscou suas próprias satisfações, mergulhando numa profunda auto-suficiência, abandonando o projeto criacional de Deus. O pecado original é matriz de todos os outros pecados cometidos pelo ser humano. O batismo apaga esse pecado, mas as suas marcas ficam.

As leituras, deste terceiro domingo da quaresma, são um caminho de retorno à condição-paraíso. A lei, o decálogo, muito mais do que uma imposição, é uma forma de Deus continuar resgatando e amando, conduzindo ao bom caminho. O centro da lei judaica é o cuidado com a vida. E a lei dada pelo Senhor é para a libertação, nunca para a escravidão. Ninguém se escraviza quando serve ao Senhor, porque só pessoas livres o podem fazer. O salmista (Sl 18) nos lembra de que “a lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma”, ainda, “os preceitos do Senhor são preciosos, alegria ao coração”.

Jesus, no Santo Evangelho, tem um cuidado com os lugares de presença do Pai. O templo era, em seu tempo, a maior expressão da presença de Deus. O templo é o lugar do encontro, da Palavra, do culto, da partilha. Porém, estava se tornando uma casa de comércio e de exploração. Vender o sagrado sempre foi uma tentação da humanidade. Na ira de Jesus e no gesto de tomar o chicote, o Cristo revela sua missão: restaurar a casa de Israel. Mas, sua missão não termina por aí: preocupou-se, sobremaneira, com a pessoa humana, lugar privilegiado da presença de Deus. Jesus nos diz do cuidado com a vida, com a pessoa humana na sua complexidade, com o cuidado com a saúde, que é a vida dos povos, fazendo ponte com a Campanha da Fraternidade 2012.

Por fim, São Paulo nos lembra do conteúdo da nossa fé: o Cristo crucificado. Loucura para uns, sabedoria para outros. O convite de olhar para a cruz é perceber um Cristo fidelíssimo à sua missão, também fazer uma leitura do cumprimento da profecia do Cordeiro Imolado para sempre. O sacrifício de Jesus é único e valeu para todas as gerações. Esvaziar a cruz é pregar um Cristo desumano, desencarnado, descomprometido com a vida do seu povo, do seu rebanho. 

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LITURGIA DA PALAVRA - DOMINGO


quinta-feira, 8 de março de 2012

PARABÉNS, MULHERES!


Frei Mário Sérgio, ofmcap

O dia internacional da mulher é marcado por um desejo profundo de igualdade e de respeito aos direitos básicos do cidadão. O dia 8 de Março é, desde 1975, comemorado pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher. Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve ocupando a fábrica, para reivindicar a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

Verdadeiras mártires dos nossos tempos, essas mulheres continuam gritando por vida mais digna, mais justa, mais respeitada. No século XXI em quem que vivemos quantas conquistas as mulheres já alcançaram. Quantas emancipações! Colhemos os frutos de uma longa caminhada de uma sociedade que tem um desejo de acertar, mas as marcas do pecado social insistem em torná-la uma sociedade fria, machista, assassina, cruel, sem Deus.

A mulher ocupa um lugar muito especial no plano da criação. A ela, Deus concedeu a graça de gerar, de cuidar da vida, de guardar a vida, de continuar o projeto de criação do Pai. Servimo-nos, assim, da Carta às Mulheres, do Beato João Paulo II, para dizer nosso obrigado à mulher-mãe, que se faz ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única e que se torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz; à mulher-esposa, que une o seu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida; à mulher-filha e mulher-irmã, que levam ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da sua sensibilidade, intuição, generosidade e constância; à mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dá à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade; à mulher-consagrada, que se abre com docilidade e fidelidade ao amor de Deus; à mulher, pelo simples fato de ser mulher que, com a percepção que é própria da sua feminilidade, enriquece a compreensão do mundo e contribui para a verdade plena das relações humanas (cf. Carta às Mulheres. João Paulo II, 1995).

quinta-feira, 1 de março de 2012

QUARESMA: TEMPO DE SER DIFERENTE


Frei Mário Sérgio, ofmcap

Ser diferente é uma meta perseguida por muita gente. É uma marca do período de afirmação identitária. Mas, pode ser um sinal de imaturidade muito grande quando a compreensão de diferente implica em sempre ser do contra. Na cultura de massificação em que vivemos, convém ser diferente mesmo. Não dá para se deixar ser levado pela onda de violência, de mediocridade, de futilidade, de corrupção, de “bigbrodização”, que grande parte da sociedade já mergulhou.

O cristão é convidado a ser diferente. Sobretudo, “estar no mundo sem ser do mundo”. Não é para fugir das situações cotidianas, mas não abrir mão de valores ensinados pelo próprio Cristo: amor, perdão, compreensão, verdade etc. Mas, o lugar da santificação do Cristão é no meio do mundo mesmo, sem correr, sem fugir, sem beber do veneno da mentalidade que é contra a vida. Ser santo longe das pessoas e dos conflitos, talvez, seja fácil. Ser santo no meio desse mundão que grita contra Deus, contra o evangelho, contra os cristãos, aí sim, é um desafio cotidiano.

Eu sou convidado a ser diferente. Não precisamos forjar uma diferença ou forçar um modo de vida para parecer diferente. A diferença é fruto de uma mudança de mentalidade. Sem essa mudança profunda, jamais seremos verdadeiramente diferentes, mas seremos uma mentira, uma máscara que um dia cairá. A quaresma é um momento propício de tomar consciência do que somos e do que Deus quer que sejamos. Tempo de ir ao deserto de nós mesmos e deixar Deus falar ao nosso coração. E, onde quer que estejamos, precisamos ser o sinal de contradição, precisamos ser diferentes, por causa do Evangelho.