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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Abertura do programa de rádio - segunda das 16h às 17h - www.am840.com.br


São Pedro: homem de pouca fé

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            Parece um título provocador! Mas, foi o próprio Jesus Cristo quem disse isso quando Pedro       queria caminhar sobre as águas no mar da Galiléia. Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» (Mt 14, 22-33). Pedro não foi capaz de dar um passo na direção de Jesus, vindo a afundar. Medroso, desconfiado, temperamental, ansioso, emocional. Pedro é tudo isso e muito mais.

            Dono de um temperamento forte, Pedro despertava a atenção de Jesus pela sua liderança, pela confiança que passava para os outros, pela garra, pelo encantamento com a missão. Mas, ele queria resolver tudo ao seu modo, nem que para isso fosse preciso cortar a orelha do soldado com sua espada. Disse que seguiria Jesus para onde quer que Ele fosse, mas o traiu 3 vezes, fugiu da cruz, fugiu de si mesmo. Depois, experimentou o peso da angústia por ter abandonado o Mestre. Quando o Ressuscitado o pergunta se ele o ama, Pedro responde: Tu sabes tudo, Senhor, Tu sabes que te amo! E o Cristo deixa-lhe uma grande missão: apascenta as minhas ovelhas!

            Jesus sabia das mais profundas qualidades de Pedro e do que ele seria capaz de fazer pelo Reino. Mesmo tendo abandonado Jesus, pela sua fraqueza, pelos seus temores, por não poder usar o método da força, da espada, do derramamento de sangue, por isso Pedro não soube como agir, porque já era um homem novo, transformado pelas palavras de vida eterna de Jesus, apesar de tudo isso, ainda gozava da confiança do Mestre. Quando Deus sabe do que somos capazes, ele nunca desiste de nós, mesmo que fujamos Dele, Ele nunca desistirá de nós. 

            Olhar para a humanidade de Pedro, e depois ver o que Jesus fez nele, é voltar a acreditar em si mesmo. Sim, acreditar em si mesmo! Pedro era grosso, rude, de palavras duras, de temperamento fortíssimo, foi um traidor, não deveria ser de fácil convivência. Mas, Deus agiu poderosamente na vida daquele pescador. Pedro sofreu horrores para entender a novidade do evangelho trazida por Jesus, mas quando a entendeu, não pela razão, mas pela experiência, pela vivência, pela intimidade com Jesus, tornou-se o guardião absoluto dessas verdades. 

Deus pode agir da mesma forma conosco, basta que lhe abramos o coração e confiemos Nele, nem que nos afoguemos no mar dos nossos medos e incompreensões, mesmo que o neguemos diante dos homens, mesmo que usemos da agressividade para defender o que acreditamos, apesar de nossas inúmeras fraquezas, Deus pode nos elevar à sua semelhança. E mais ainda, pode começar a transformar outras vidas pelo meu testemunho e pela minha fé. Se Jesus mudou Pedro, pode me mudar também.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Abertura do programa de rádio - segunda das 16h às 17h - www.am840.com.br



Santo Antônio: seguidor de Jesus Cristo

Frei Mário Sérgio, ofmcap

De berço, português; de missão, italiano; de grandiosa veneração, brasileiro, particularmente, baiano. Chega a impressionar o carinho, o amor, a devoção e a confiança que o povo baiano tem por Santo Antônio. Gerações e mais gerações aprenderam em suas casas a cultivar a sadia devoção a esse ilustre português. Santo dos pobres, dos doentes, dos necessitados, dos que querem casar, das causas difíceis e tantas outras virtudes que o povo enxerga nele.

Incontáveis são os Antônios e Antonias espalhadas por esse Brasil. Quem poderia contar os estabelecimentos comercias que se chamam Santo Antônio? As cidades espalhadas por esse território imenso brasileiro? E os nomes de ruas, escolas, hospitais? Quantas paróquias e dioceses o têm por padroeiro? Esse é o grandioso Santo Antônio, querido por todos, venerado por muitos. 

Santo Antônio é tão íntimo do povo que até castigo sofre, quando demora de fazer o milagre acontecer por sua intercessão junto ao Cristo Jesus. Ficar de cabeça para baixo, amarrado, dentro do congelador, afogado. Haja crueldade com a imagem do santinho. Tudo isso por uma fé que mergulhou na cultura e se enraizou no coração dos fiéis. 

Mas, não podemos perder o foco da vida do santo. Sua santidade é prova de sua fidelidade ao Cristo. Antônio de Lisboa, de Pádua, da Bahia, foi um jovem talentoso nas letras, na eloqüência das palavras santas, cuja língua não pereceu, e no conhecimento da Sagrada Escritura. Dizem que se perdessem todos os escritos bíblicos, Antônio seria capaz de re-escrever porque o tinha decorado palavra por palavra, dado o seu amor pela Palavra de Deus. 

Gostar de Santo Antônio, venerá-lo com muita fé, tê-lo como modelo de virtude, é abraçar a causa dos mais necessitados. Pão em todas as mesas foi o grande desejo desse santo. E pão significa: vida digna. Sua sensibilidade com os mais pobres, com os doentes, com os excluídos do seu tempo, o configurou como o santo dos pães. Sua imagem é forte de significado: carrega no colo três pães: o pão vivo descido do céu, o Menino-Jesus; o pão da Palavra, a Bíblia; e o pão material, sustento da vida. Assim, num mundo marcado pela desigualdade social e pela miséria que atinge milhões de seres humanos, a mensagem de Santo Antônio é atualíssima e profética.

De nossa devoção a Santo Antônio deve nascer um seguimento a Jesus de Nazaré mais maduro, mais sincero e mais coerente. Não basta ser devoto de santo, pois nosso único mediador é Jesus Cristo, caminho-verdade-vida. Só Jesus nos leva ao Pai, ninguém mais tem esse poder. Nunca podemos tirar o lugar de Jesus em nossa vida, assim tudo perderá o seu sentido. Portanto, que Santo Antônio nos ensine a seguir verdadeiramente os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, como o fez heroicamente.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Abertura do programa de rádio - segunda das 16h às 17h - www.am840.com.br



 
Tende coragem. Eu venci o mundo (Jo 16,33)

Frei Mário Sérgio, ofmcap

            Viver é uma arte e um desafio. Arte porque passa pelas nossas mãos e pela nossa capacidade de criar, recriar, inventar. O viver não é um dado pronto, mas uma construção que leva uma vida inteira, quer ela seja longa ou breve; um desafio porque são muitos os perigos que rondam o viver humano. Quem perdeu a capacidade de fazer da vida uma arte, certamente, deixou-se vencer pelos perigos da vida. Mas, não podemos deixar que o medo nos paralise, nem tão pouco nos torne reféns de nós mesmos, o que seria a pior das cadeias. 

            A fé é um elemento desencadeador de coragem. Quem a vive sente-se impulsionado para frente, sempre! A fé é uma mola propulsora, sempre a nos jogar para cima, para o alto, com tamanha força e intensidade, que quase unimos o céu e a terra. Fazer do nosso viver um ato de fé, é experimentar uma das mais belas possibilidades de desfrutar de nossa liberdade. A fé é um salto nos braços amorosos de Deus. Antes de pensar que é um salto no escuro, é um salto numa certeza: Ele nos amparará! Não nos deixará cair, nem nos ferir, nem nos machucar. Cair, ferir e machucar são verbos, exatamente, dos que não vivem a fé. 

            Quem tem fé, tem coragem. Por isso, quem não tem fé, tem medo. Jesus, profundo conhecedor da alma humana, sabia exatamente disso. Ao longo do seu ministério, Jesus sempre exortou aos discípulos para que tivessem fé e coragem. Uma fé estagnada, não gera frutos algum. Uma fé encorajada, aí sim, transforma o mundo, as relações, e a si mesmo. Interessante pensar a coragem a partir da origem da palavra: cor + agere, isto é, agir com o coração.  Os hebreus tinham no coração o centro da racionalidade, diferente dos ocidentais, que era o cérebro, e ainda hoje o é. A coragem nasce de um impulso cardíaco, isto é, quando nos apaixonamos por uma causa. Quem vive sem abraçar uma causa, vegeta. 

            Jesus disse para os seus discípulos e suas Palavras ainda ecoam em nossos tempos com a mesma força e a mesma atualidade: no mundo tereis tribulações. Tende coragem. Eu venci o mundo (Jo 16, 32-33). Curioso que Jesus disse “tende coragem”, e não tende fé. Claro, Jesus sabia que os discípulos já eram pessoas de fé, mas será que eram pessoas corajosas? Isso serve para nossa vida prática: temos tribulações, cansaços, medos, perseguições, depressões, doenças, comodismos, inseguranças, apegos a pessoas e a coisas, muitas vezes achando que a vida já perdeu o sentido, que o mundo é cruel, que Deus nos abandonou, que melhor é morrer mesmo para fugir desses desafios.

              Percebe? Até somos pessoas de fé, mas será que somos corajosos para enfrentar esses desafios? Sozinhos, nunca conseguiremos vencê-los. Só na força e na unção do Espírito Santo que recebemos no nosso batismo e que arrancar nossos medos e nos devolve a alegria de fazer da vida uma arte a ser reinventada e um desafio a ser superado a todo instante.

domingo, 5 de junho de 2011

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR






Frei Mário Sérgio, ofmcap

            Toda pessoa humana, quando se sente realizada no que faz, tem um sentimento em comum: certeza de ter cumprido sua missão, quer seja profissionalmente, familiarmente, espiritualmente, pastoralmente, enfim. Poder retornar para casa depois de uma longa jornada de atividades, de serviços, remunerados ou não, dá uma alegria enorme ao coração. Na celebração deste domingo, a sensação do Cristo deve ter sido a mesma: retornar para a casa do Pai com a certeza da missão cumprida, que lhe custou a própria vida, o derramamento do seu sangue, a abreviação do seu viver terreno. 

            Na ascensão, fechamos um ciclo e abrimos outro subitamente. Fechamos o tempo do Cristo, rosto divino do homem e rosto humano de Deus, e abrimos o tempo do Espírito Santo, o consolador, o paráclito, o defensor. Doravante, a comunidade será guiada pelo Espírito, que seria derramado como que em forma de língua de fogo sobre a cabeça dos apóstolos e de Maria Santíssima quando reunidos no cenáculo em oração. Espírito de conselho, de fortaleza, de temor de Deus, de sabedoria, de inteligência, de ciência e da piedade. 

            A ascensão compromete toda a comunidade cristã com a missão do Cristo, do Ressuscitado. É um imperativo: devemos continuar a obra redentora de Jesus Cristo. É missão de todos nós! No evangelho, Jesus dirá: ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que estarei convosco todos os dias, até os confins do mundo. (Mt 28,19-20). Claríssimo o pedido de Jesus: façam a comunidade e o nosso projeto crescerem. Como temos respondido a esse apelo de Jesus? Como temos vivido esse mandato apostólico? Lembre-se, é missão de todos nós!

            Jesus sobe para o céu, e o povo fica olhando para cima, até que dois homens os advertem: homens da Galiléia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu? (At 1,11). O nosso modo de viver a fé no Cristo tem fortes incidências na transformação da sociedade. O cristianismo não é o seguimento de uma idéia ou de uma ideologia, mas o seguimento de uma pessoa, que passou pelo mundo fazendo o bem, Jesus de Nazaré. É necessário fermentar de evangelho nossos ambientes: sociais, políticos, culturais, comunicacionais, familiares, pastorais, profissionais e outros. Precisamos de um cristianismo operante, que em nada se confunde com a assimilação de teorias ateístas ou coisas do gênero. Basta-nos viver o evangelho, e transformaremos o mundo. 

            Na Semana de oração pela unidade dos Cristãos, peçamos ao Espírito a graça do diálogo e do respeito mútuo, para não escandalizarmos, mais ainda, o evangelho de Jesus, com tantas e múltiplas configurações do cristianismo contemporâneo. Também, neste dia das Comunicações Sociais, peçamos a graça de poder usar desses meios para difundir e comunicar para a verdade e a paz, levando ao mundo Palavras que não passam jamais.