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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

segunda-feira, 25 de abril de 2011

ABERTURA DO PROGRAMA RESTAURAÇÃO - SEGUNDA DAS 16h ÀS 17H


A pedra, o túmulo e a libertação

Frei Mário Sérgio, ofmcap

O mercado já havia anunciado, há muito tempo, que era páscoa. Ovos, chocolate, coelhos. As agências de turismo fizeram o mesmo: pacotes, promoções, viagens maravilhosas. Enfim, todos se organizaram para proporcionar momentos intensos de alegria, descontração e pequenos prazeres para todos que quisessem. Os meios seculares se anteciparam, mas foi uma páscoa pagã, isto é, desprovida do verdadeiro sentido cristão. Mas, não é papel do mercado conferir esse sentido. Essa é a missão daqueles que têm fé no Cristo Vivo.

Urge resgatar o verdadeiro sentido da páscoa cristã. Celebramos a entrega plena e irrestrita do Filho de Deus que, por amor, aceitou pagar o preço da morte cruel de que foi vítima. Fomos resgatados pelo sangue de um Deus. Minha vida eu a dou, disse Jesus. A morte não teve a última palavra sobre Ele. Pelo contrário, a morte de Jesus foi a morte da morte. Jesus se configura ao Cordeiro Imolado que tira o pecado do mundo. Viver a páscoa é experimentar essa realidade em nosso coração, em nossa comunidade, em nossa sociedade: A vida venceu! Em meio a tantos sinais de morte espalhados por aí, precisamos anunciar essa verdade: Cristo Ressuscitou, aleluia! Na força Dele, podemos ressuscitar de nossas pequenas mortes cotidianas.

O relato do dia da ressurreição é rico em detalhes e simbologias: “Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram, e ficaram como mortos. Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos”. As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. (Mt 28, 1-10). A ressurreição foi num domingo. As mulheres foram as primeiras a saber. Foi um anjo que retirou a pedra e abriu o túmulo. Todos ficaram apavorados, sobretudo os soldados. Os anjos disseram, não tenham medo. O anjo as convidou para dentro do sepulcro para provar que não havia nada lá dentro, e deu-lhes uma missão: Ide depressa contar aos discípulos que Ele ressuscitou dos mortos.

O grande fruto da ressurreição, em nossa vida, é a capacidade de poder dizer aos outros que Jesus vive para sempre. O encontro do Ressuscitado com Maria Madalena deixa isso claro: Maria, não me retenhas, disse Jesus. Ninguém tem o direito de guardar Jesus para si, de fazer Dele um objeto particular, de devoção privada. Esse poderia ser o risco daquela comunidade representada por Madalena naquele momento. Mas, o Cristo lhe pede para anunciar, isto é, muitas pessoas precisam saber dessa verdade para continuar acreditando na vida, superando as mortes do dia-a-dia, os sofrimentos, as decepções, o peso da cruz, a solidão, a depressão, vencer o luto, enfim, voltar a reviver. Essa é a nossa missão: ajudar a tirar a pedra do túmulo onde estão sepultadas muitas pessoas vivas, como se mortas estivessem.

Para muitas pessoas, ainda não é páscoa! Continuam vendo seus problemas da mesma forma ou pior ainda. Perceba que falei que os problemas continuam, mas podemos olhar para eles de forma ressuscitada, isto é, acreditando na força do Cristo Vivo, no poder do Santo Espírito, de vencer todos os desafios do viver. Por isso, se dê uma chance de viver de novo. Ajude outras pessoas a viverem essa verdade. Proclame para quem quiser ouvir que Jesus quebrou os grilhões da escravidão da morte! Deixe a pedra que lhe prende no túmulo dos seus problemas rolar, para você viver, plenamente, a libertação que Cristo nos ofereceu na páscoa.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reflexão da Ceia do Senhor - Quinta-feira Santa

CEIA DO SENHOR

Frei Mário Sérgio, ofmcap

A celebração desta Quinta-Feira Santa abre os rituais do tríduo pascal, paixão-morte-ressurreição de Jesus. É uma grande celebração que começa hoje termina na madrugada de domingo, quando a pedra rolar daquele túmulo e a vida definitivamente vencer a morte. Hoje começamos a preparar a festa da páscoa, a mesa, a reunião dos amigos e comensais, preparando o cordeiro que será imolado. Um canto da nossa tradição, bem traduz esse momento: “Eu quis comer esta ceia agora, pois vou morrer já chegou minha hora”.

O contexto da celebração do lava-pés acontece num clima de muita tensão, de medo, de silêncio, de incompreensão. O mestre fazendo às vezes de um escravo? Servindo ao invés de ser servido? Tomando a condição de servo, quando deveria ser o senhor? Questionamentos como esses, pairavam nas cabeças dos discípulos. Ninguém tinha coragem de perguntar o que estava acontecendo, apenas viviam. Mas, Pedro não se dar por convencido e reclama: Os meus pés, não lavarás! (Jo 13,6). Pedro rejeitava a ideia de um mestre-escravo. Pronto, alguém teve a coragem de romper aquele silêncio sepulcral.

O susto de Pedro possibilita a Jesus poder falar, de forma quase conclusiva, de sua grande missão em meio aos homens: “Se eu, vosso Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,14-15). Jesus veio lavar os pés da humanidade. Por mais absurda que possa soar essa afirmação, ela é a pura verdade. O próprio mistério da Encarnação do Verbo já assinala essa decisão: pobreza, exclusão, simplicidade, necessidade, carne. Quem se escandaliza com o ritual de lava-pés, o que diria da encarnação do Filho de Deus? Os mistérios na vida de Jesus são sistemáticos, ou acreditamos em todos, ou não acreditamos em nenhum. Não se pode acreditar em partes da vida de Jesus. Sua permanência entre nós foi radical, verdadeira e geradora de muita vitalidade.

Fazer o mesmo! Eis o convite do Nosso Mestre-Senhor. Engana-se o cristão que pensa que todos devem estar a seu dispor, inclusive o próprio Deus. Pelo contrário, ser discípulo é ter a coragem de colocar o avental na cintura, pegar a bacia com água e lavar os pés da humanidade: pobres, excluídos, sofredores, marginalizados, doentes, famintos, nus, encarcerados, esquecidos, e a lista poderia seguir ao infinito. Servir não é possibilidade, é condição do discipulado. Já está provado, quem ajuda o próximo é sempre o primeiro a beneficiar-se da própria caridade de que é protagonista. Servir, com amor e liberdade, faz bem para o corpo-alma-espírito, isto é, para a totalidade do nosso ser.

Também, nesta quinta-feira, celebramos a instituição (criação) de dois grandes e preciosos dons que o Cristo ofereceu a sua igreja: o sacerdócio ministerial e a eucaristia. Duas realidades indissociáveis. Um não existe sem o outro! São duas realidades onde o Cristo atual profusamente: Ele próprio é o Sacerdote, Ele próprio é o alimento. Que Deus abençoe nossos padres neste dia tão especial e que todos os cristãos assumam o compromisso de comungar do Corpo e Sangue de Cristo com a mesma disponibilidade de viver esse gesto de amor na vida cotidiana, amando a todos sem fazer acepção de pessoas ou gêneros, para que esse alimento salutar não nos sirva de condenação. 


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  1. Primeira leitura - Êx 12,1-8.11-14
  2. Segunda leitura - 1Cor 11,23-26
  3. Salmo - Sl 115 
  4. Evangelho - Jo 13,1-15

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PROCISSÃO DE RAMOS EM SALVADOR

Milhares de pessoas se juntaram em nome de Deus no último domingo (17) para acompanhar com alegria e devoção a Caminhada de Ramos. Bispos, sacerdotes, diáconos e leigos manifestaram seu louvor, através de músicas e orações, e deram seu testemunho de fé na procissão que marca o início das celebrações da Semana Santa.
“Hoje nós queremos acolher Jesus igual ao povo de Jerusalém. Essa é uma oportunidade de mostrar que a nossa cidade está preparada para dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!”, declarou o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.
Três trios elétricos foram responsáveis pela animação da Caminhada. Antes de seguirem até a Praça Municipal, os participantes se concentraram no Campo Grande e rezaram os cinco mistérios do Terço. Depois, a jovem Jaqueline Daiane, da Pastoral da Juventude, subiu em um dos trios e leu uma carta escrita pela Comissão Arquidiocesana da PJ em homenagem ao Dia Mundial da Juventude, celebrado pela Igreja juntamente com a Caminhada de Ramos. Na mensagem, a Pastoral pede pela valorização da vida e pela inclusão do jovem na Igreja.
“Jovens! Não podemos acreditar naqueles que dizem que não precisamos da Igreja, não podemos nos deixar levar pelo desânimo! Sejamos corajosos para assumir a nossa fé e de cabeça erguida enfrentar as dificuldades, os problemas, as desilusões e as derrotas com a simplicidade de uma criança e a sabedoria de um ancião”.
O canto inicial da procissão foi “Hosana Hey”. Ao longo do percurso, os fiéis se emocionavam e sacudiam seus ramos de palmeiras em reconhecimento ao amor de Cristo. “Isso é comunhão. A participação das pessoas é a prova de que Deus está vivo e do caráter missionário de nossa Igreja”, disse Astério Araújo, da comunidade São Lázaro.
Para o Pe. Lázaro Muniz, Assistente Eclesiástico da Pastoral da Juventude, a Caminhada de Ramos é um convite para que todos enxerguem Jesus como O Salvador. “Jesus se entregou dentro de suas limitações e saiu vitorioso. Quem crer em Cristo vai vencer os desafios que a vida impõe e será preservado na Glória do Senhor.”, ponderou.
A manifestação foi encerrada com uma missa ao ar livre presidida por Dom Murilo Krieger na Praça Municipal. Ao final da celebração, o Arcebispo subiu no trio elétrico e pediu para que os jovens lembrassem do sacrifício de Cristo. “Vamos caminhar com Jesus até o calvário lembrando sempre do que vem depois: a ressurreição. Se lembrarmos disso, estaremos motivados a viver em nome de Deus.”, concluiu.

Fonte: http://www.arquidiocesesalvador.org.br/noticias/catolicos-testemunham-sua-fe-na-caminhada-de-ramos/

ABERTURA DO PROGRAMA RESTAURAÇÃO - SEGUNDA DAS 16h ÀS 17H


A semana santa na vida da igreja e na minha vida

Frei Mário Sérgio, ofmcap

A Semana dos grandes mistérios da nossa fé chegou. Paixão, morte e ressurreição de Jesus, o ponto máximo de tudo quanto acreditamos. A Igreja abre o seu baú e retira coisas novas e coisas antigas. O rito é o mesmo há milênios, mas as pessoas, os momentos, as realidades, a visão de mundo e de gente, são profundamente diferentes, o que torna o rito sempre atual. Não podemos pensar que a semana santa não tem nada de novidade, que tudo é velho e sem graça, nada disso! 

É preciso deixar que a luz dos acontecimentos da vida de Jesus ilumine nossas dores e alegrias hoje. Por isso, a palavra-chave para viver esses mistérios é mergulhar. A ideia do mergulho é interessante: estamos enxutos, secos, arrumados e quando criamos coragem de enfrentar a água, sua temperatura, seus desafios, e entramos nela, somos totalmente invadidos pela vida da água. Somos água naquele momento. A sensação é deliciosa: frescor, paz, leveza, liberdade, alegria, equilíbrio, enfim. Saímos da água, totalmente, diferentes de como entramos. 

Minha Semana Santa só será diferente se eu me permitir mergulhar nos mistérios de Cristo. Mergulhar na Quinta-feira Santa nas águas da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio e deixar-me lavar os pés, aprendendo o valor do serviço na comunidade dos seguidores de Jesus e na sociedade; depois, ter a coragem de mergulhar no sangue de Cristo que nos lava e alveja nossas vestes na Sexta-feira da Paixão, momento da dor cruel que dilacerou o corpo do nosso Redentor, que não hesitou em dar a sua vida por amor aos homens e mulheres. Também temos nossas cruzes, nossos sofrimentos, nossas dores e nossas pequenas mortes. Jesus nos ensinará a grande lição: ninguém morre quando ama de verdade.  E, por fim, o mergulho por excelência, o banho dos banhos nas águas do batismo para ressurgir criaturas novas. Banhados em Cristo, somos uma nova criatura, as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo, diz a canção.
 
Tenho certeza de que aqueles e aquelas que se permitirem mergulhar na beleza da Semana Santa farão um grande bem a si mesmo. Não perca esse momento de fé e piedade cristã em passeios de farras, bebedeiras, curtições e esquecimento de Deus. O mundo está de cabeça para baixo exatamente porque os homens e mulheres estão virando as costas para Deus, não estão vivendo sua fé, e não são capazes de descobrir o essencial em meio aos prazeres efêmeros que a vida oferece. Podemos fazer tudo isso, passear, descansar, estar com quem amamos e não se esquecer de Deus, participando das celebrações da Semana Santa. Por fim, lembro que a Semana Santa pode ser uma grande oportunidade da família se reunir e rezar junta. De que família estou falando? Dos vários modelos que se configuraram e do modo que a sua é. Nesta Semana Santa seja feliz ao lado de Deus e perto das pessoas que você ama.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

PASCOM - ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

Ontem (14/04) participei de uma reunião com a equipe da PASCOM da arquidiocese de Salvador para uma conversa sobre o Jornal SÃO SALVADOR. Estavam presentes as jornalistas Marilda e Patrícia, o Padre Manoel (coordenador) e o Padre Rogério (mercedário). O jornal completa seis anos e é tempo de avaliar e corajosamente mudar o que for necessário. O debate foi muito interessante e posso garantir que tem novidade vindo por aí. Parabéns PASCOM.

sábado, 9 de abril de 2011

QUINTO DOMINGO DA QUARESMA

EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA
Frei Mário Sérgio, ofmcap

Pregar sobre a vida eterna é um dos maiores desafios para um pregador. Comumente, fala-se de coisas do cotidiano, de amenidades, faz-se aplicação direta entre evangelho e vida, mas tocar no assunto da vida eterna parece que gera certo desconforto. Na verdade, tem-se a sensação de que as nossas assembleias querem ouvir falar da vida terrena, querem dicas para superar desafios, querem bênçãos para seguir caminhos e projetos. Falar de vida eterna é falar do assunto mais temido da humanidade: a morte.


Neste quinto domingo da quaresma, o tema é vida e morte. O cenário é a morte e a chamada “ressurreição” de Lázaro. Não é, certamente, a ressurreição gloriosa, mas o cumprimento do sétimo sinal profético sobre o Messias: ressuscitar os mortos. Então, Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, o Ungido, o Messias. Jesus é apresentado como a causa da vida e da ressurreição do amigo Lázaro. É pela força do Espírito que Jesus opera milagres, sinais.



A narração do evento é rica em detalhes: Jesus é avisado, chora, depois chega à casa das irmãs de Lázaro, ouve o desabafo de Marta e ressuscita Lázaro em seguida. O texto sugere uma intimidade entre Jesus e aquela família e sinaliza a confiança de todos em seu poder. Marta tinha certeza de que a presença de Jesus é geradora de vida, de cura e de libertação: “Se estivésseis aqui, meu irmão não teria morrido”. Assim, uma vida sem Jesus, uma família sem Jesus, um matrimônio sem Jesus, relacionamentos sem Jesus, projetos sem Jesus, também morrem.



A doença de Lázaro não era para a morte, mas para a glória de Deus. Naquele momento da ressurreição de Lázaro, para além de um espetáculo, acendia-se uma certeza em todos os corações: Eu sou a ressurreição e a vida, quem quer em mim, mesmo que morra viverá, mostrou Jesus! O amor de Jesus por aquela família o fez chorar pela situação de morte e de tristeza que imperava naquele ambiente. As lágrimas de Cristo santificam todas as lágrimas que nascem do amor e da dor. Aquele lar era a casa onde Jesus descansava e se fortalecia para a missão. Imagino que deveria ser a casa das muitas histórias, das narrações dos milagres, da descontração, dos risos, das verdadeiras partilhas, o que é comum quando amigos se reúnem.



Chega o momento mais esperado: o mestre manda tirar a pedra, ao que todos reclamam, já está fedendo porque faz quatro dias que está morto. Jesus disse: não te disse que se acreditasses verás a glória de Deus? O milagre serviria, apenas, para que todos acreditassem que Jesus era o Filho de Deus. Assim, precisamos reafirmar nossa fé em Jesus, em seu poder, em suas palavras de vida eterna e continuar anunciando para esse mundo de morte que Jesus é a vida plena e abundante. Tem muitos Lázaros mortos esperando que Jesus os tire do sepulcro do vazio existencial, da depressão, das drogas, da infelicidade, da frustração, dos vícios. Que tenhamos a coragem de levar Jesus até esses sepulcros para que todos experimentem a vida nova inaugurada por Ele.

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  1. Primeira leitura - Ez 37,12-14
  2. Segunda leitura - Rm 8,8-11
  3. Salmo - Sl 129
  4. Evangelho - Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PIEDADE POPULAR

Piedade popular pode ser instrumento da nova evangelização





Reúne-se no Vaticano a Comissão Pontifícia para a América Latina

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de abril de 2011 (ZENIT.org) - A piedade popular, purificada de desvios, pode ser um importante instrumento para a nova evangelização da América Latina.
Esse é o tema sobre o qual debatem os membros da Comissão Pontifícia para a América Latina, reunidos desde ontem em Roma em sessão plenária. Na sexta-feira, eles se reunirão com o Papa.
Segundo informou ‘Rádio Vaticano’, o objetivo desta reunião é refletir “sobre a importância da piedade popular na América Latina, fazendo um balanço do que significou durante estes cinco séculos”.
O propósito é que a piedade popular, “através da missão continental, se proteja, promova e purifique como um válido e eficaz instrumento de encontro pessoal e comunitário com o Senhor”, para que “Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, seja reconhecido, aceito, amado e vivido na história pessoal de todos os batizados e conduza a uma vida sacramental mais plena”.
Por isso, um dos objetivos dos debates é reconhecer a “incidência da piedade popular no processo de evangelização do continente”, mas também “identificar os desvios que se registraram e que é preciso corrigir”.
A Comissão pretende elaborar algumas recomendações pastorais concretas para todos os bispos da América Latina, “para que a piedade popular – considerada por Bento XVI como o precioso tesouro da América Latina – seja valorizada e impulsionada como instrumento válido e iniludível no processo da nova evangelização”.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Artistas que rezam

Salvador é um caldeirão cultural. A multiculturalidade desta cidade é rica e impressiona qualquer um. Sendo assim, o universo de artistas e produtores culturais é extenso. Do lado da igreja, que canal de comunicação estabelecemos com esses artistas? Será que eles rezam? Que sentem necessidade de um encontro com o Deus vivo e verdadeiro? Será que o mundo da fama e do glamour não esvazia o coração desses artistas? É hora de pensar algo do gênero!

Por outro lado, é comum ouvir que artistas se tornaram protestantes ("evangélicos") das mais variadas denominações cristãs. Quase nunca, eles entram numa igreja das mais radicais. Tem sempre uma igreja que se adapta ao gosto do cliente. Logo, eles sentem, como qualquer pessoa humana, a necessidade de Deus.

O número de artistas populares que se denominam católico é muito grande. Porém, onde eles estão? Onde vivem sua fé? De que modo a vivem? Fé e cultura precisam se abraçar mais corajosamente!

Batista Lima
 Temos exemplos de artistas que se encontraram verdadeiramente com Deus em grupos e movimentos da Igreja Católica. Cito dois exemplos bem de perto: o cantor da banda de forró Limão com Mel - Batista Lima - que narra sua conversão pela força da devoção mariana, da reza do terço, da comunhão sempre que possível, do retorno para sua família, do resgate do seu casamento. Hoje ele é missionário, tem uma banda católica e continua seu projeto na música secular.



Kátia Guima
E, aqui em nossa Igreja da Piedade, temos a presença constante da cantora Kátia Guimma que tem uma longa trajetória na música baiana, como cantora de axé, puxadora de trios e blocos carnavalesco, com uma carreira internacional e é frequentadora assídua, juntamente com toda a sua família, da nossa igreja. Ela mesma me disse: é uma necessidade para mim.



Tuzé de Abreu
Outro fiel de nossa igreja, o músico Tuzé de Abreu, um homem de comunhão frequente, de confissão assídua, sempre preocupado em viver com fidelidade sua fé.





Carlinhos Marques
O próprio Carlinhos Marques, músico que ja acompanhou verdadeiras estrelas da música popular brasileira e hoje desenvolve um trabalho músical católico com vários discos gravados. Sei que existem tantos outros...





Tenho certeza que um fã, quando sabe que seu artista preferido, em meio a uma agenda tão cheia de compromissos, ainda encontra tempo para louvar a Deus, viver sua fé e sua religião, pode se despertar para fazer a mesma experiência de fé. Esse artista acaba se tornando um grande sinal a apontar o Cristo Jesus.

Hoje eu dei o exemplo de artistas da música... e das outras artes? Sei que são muitos por aí que vivem sua fé!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ABERTURA DO PROGRAMA RESTAURAÇÃO - SEGUNDA DAS 16h ÀS 17H



O lobo de Gubbio


Não foram só os animais mansos, como: pássaros, cigarras, coelhinhos, ovelhas... que tiveram o privilégio de sentir o carinho do “Padroeiro da Ecologia”. O temido lobo de Gubbio que o diga! Com ele, Francisco teve que usar toda a “experiência diplomática” para chegar a um acordo de paz.

O lobo de Gubbio ficou tristemente famoso porque fazia estragos com outros animais e até com seres humanos. Ainda hoje, existem lobos selvagens na região de Gubbio.
Passando, um dia, por essa cidade, Francisco ouviu do povo aflito a história do lobo que os aterrorizava. O santo amigo dos animais e compadecido do povo, resolveu encontrar o lobo. Primeiro, Francisco fez o sinal da cruz, rezou e pôs sua confiança em Deus. As pessoas do lugar, precavidamente, o acompanhavam à distância. Ao encontrar a fera, chamou-o a si e disse: “Vem cá, irmão lobo, ordeno-te da parte de Cristo que não faças mal nem a mim, nem a ninguém”.

Francisco vai-lhe ao encontro como amigo, e essa bondade e essa atitude pacífica agradam ao lobo. Cabisbaixo, ele se aproxima. Mais parecia um cordeiro aos pés do santo. E ele continuou: “Irmão lobo, sei que tu destróis animais e até criaturas de Deus sem a permissão Dele. Por esse motivo, és digno de forca, como ladrão e assassino. Toda a gente de cidade te é inimiga. Mas quero fazer a paz entre ti e eles. Tu não os ofenderás mais, e eles te perdoarão todas as tuas faltas passadas. Nem os homens, nem os cães te perseguirão mais. Receberás, cada dia, o alimento necessário. Eu serei o fiador de tudo! Concordas com isso? O lobo, levantando a pata direita, colocou-a na mão de Francisco, em sinal de aceitação do pacto. A alegria e a admiração tomaram conta do povo de Gubbio. Louvavam a Deus por ter operado maravilhas através do servo Francisco.

Depois deste acontecimento, o lobo viveu ainda dois anos em Gubbio. Não fazia mais mal a ninguém, e ninguém também o incomodava, nem mesmo os cães ladravam atrás dele. Após este tempo, morreu de velhice. Todos se entristeceram, porque se haviam acostumado a vê-lo andar assim mansamente pela cidade, e isto os fazia lembrar-se também da mansidão e humildade de Francisco.

Talvez a história do Lobo de Gubbio seja apenas uma lenda. Quem sabe seja o símbolo de um “lobo de duas pernas”... Não importa! Fica o ensinamento: o amor pode vencer qualquer obstáculo e pode fazer-nos descobrir amigos e irmãos também naqueles que nos parecem hostis, agressivos, antipáticos, incômodos.

Há homens que vivem, hoje, o “espírito de lobos” afugentados pela sociedade. São violentos, sem alimentos, sem escola, mal amados, sem perdão, sem perspectivas...
Francisco ensina-nos como agir. Não é construindo muros cada vez mais altos que ‘cativaremos’ os lobos de hoje, mas sem medo e sem desculpas vazias devemos ir ao encontro do “irmão lobo”, com alguma proposta de amor e respeito! Isso nos levará a degustar uma alegria única!!!

Temos uma missão no dia de hoje: amansar os 'lobos', que estão à nossa volta! Ou quem sabe, amansar o 'lobo' que temos dentro de nós.

Fonte: do livro "Francisco, o irmão sempre alegre" de Frei Jorge E. Hartmann, OFM

ABERTURA DO PROGRAMA RESTAURAÇÃO - SEGUNDA DAS 16h ÀS 17H


I FIORETTI DI SAN FRANCESCO
Capítulo XXI
Do santíssimo milagre que São Francisco fez quando converteu o ferocíssimo lobo de Gúbio.

No tempo em que São Francisco morava na cidade de Gúbio, no condado de Gúbio, apareceu um lobo muito grande, terrível e feroz, que não somente devorava os animais, mas também os homens; tanto que todos os cidadãos viviam um grande medo, pois diversas vezes ele se aproximava da cidade. E todos andavam armados quando saíam da cidade, como se fossem combater. E mesmo assim não podiam defender-se do lobo se se encontrassem sozinhos com ele. E por medo desse lobo, chegaram a uma situação em que ninguém ousava sair da cidade.
Por esse motivo, tendo São Francisco compaixão das pessoas da cidade, quis sair para encontrar o lobo, ainda que os cidadãos em conjunto não o aconselhassem. Mas, fazendo o sinal da Santíssima cruz, saiu da cidade, ele com os seus companheiros, pondo toda a confiança em Deus. E como os outros ficassem na dúvida se deviam ir mais adiante, São Francisco tomou o caminho para o lugar onde o lobo ficava. E eis que, diante de muitos cidadãos que tinham vindo para ver esse milagre, o dito lobo foi ao encontro de São Francisco, de boca aberta. Aproximando-se dele, São Francisco lhe fez o sinal da santíssima cruz, chamou-o a si e disse assim: “Vem aqui, frei lobo, eu te mando da parte de Cristo que não faças mal nem a mim nem a ninguém”. Coisa admirável de dizer! Logo que São Francisco fez a cruz, o lobo terrível fechou a boca e parou de correr; e, dada a ordem, veio mansamente como um cordeiro, e lançou-se aos pés de São Francisco, deitado. E São Francisco assim lhe falou: “Frei lobo, tu fazes muito danos por aqui, e fizeste grandes malefícios, estragando e matando as criaturas de Deus sem a sua licença. E não somente mataste e devorastes animais, mas tiveste a ousadia de matar pessoas, feitas à imagem de Deus. Por isso tu mereces a forca, como ladrão e péssimo homicida. E todo mundo grita e murmura contra ti, e toda esta terra ficou tua inimiga. Mas eu quero, frei lobo, fazer a paz entre tu e eles, de modo que tu não os ofendas mais e eles te perdoem todas as ofensas passadas, e nem os homens nem os cães continuem a te perseguir”.
Ditas essas palavras, o lobo, com gestos do corpo, da cauda e das orelhas, e inclinando a cabeça, mostrava que aceitava o que São Francisco dissera e queria observá-lo. Então São Francisco disse: “Frei lobo, porque te agrada fazer e manter esta paz, eu te prometo que te farei com que as pessoas desta cidade te dêem continuamente a comida enquanto viveres, de modo que não sofrerás fome. Pois eu sei que foi pela fome que fizeste todo o mal. Mas como eu te concedo esta graça eu quero, frei lobo, que tu me prometas que tu não prejudicarás jamais a nenhuma pessoa humana nem a algum animal: tu me prometes isso?”E o lobo, inclinando a cabeça, fazia um sinal evidente de que estava prometendo. E São Francisco disse: Frei lobo, quero que me dês prova dessa promessa, para eu poder bem confiar”. E como São Francisco estendeu a mão para receber seu juramento, o lobo levantou a pata direita e a colocou mansamente sobre a mão de São Francisco, dando-lhe o sinal que podia.
Então São Francisco disse: “Frei lobo, eu te mando em nome de Jesus Cristo que tu venhas agora comigo, sem duvidar nem um pouco. Vamos confirmar esta paz, em nome de Deus”. E o lobo, obediente, foi com ele como se fosse um carneirinho manso. Vendo isso, os cidadãos ficaram muito admirados. E a novidade ficou logo conhecida por toda a cidade. Por isso todas as pessoas, homens e mulheres, grandes e pequenos, jovens e velhos, foram para a praça ver o lobo com São Francisco. E estando o povo aí, reunido, São Francisco levantou-se e pregou para eles, dizendo, entre outras coisas, como pelos pecados Deus promete coisas desse tipo e pestilências, e a mais perigosa é a chama do inferno, que vai durar eternamente para os condenados, do que a raiva do lobo, que não pode matar senão o corpo: “Então, como devemos temer a boca do inferno, quando tamanha multidão tem medo e tremor diante da boca de um pequeno animal. Por isso, voltai para Deus, caríssimos, e fazei uma penitência digna de vossos pecados, e Deus vos libertará do lobo no presente e, no futuro, do fogo infernal”. Feita a pregação, São Francisco disse: “Ouvi, meus irmãos: frei lobo, que está aqui na frente de vós, me prometeu, e jurou, que vai fazer as pazes convosco e que não vai mais vos ofender em coisa alguma, e vós prometeis dar-lhe cada dia as coisas necessárias, e eu entro como fiador dele, de que vai observar firmemente o pacto”.
Então todo o povo, a uma só voz, prometeu alimenta-lo continuamente. E São Francisco, diante de todos, disse ao lobo: “E tu, frei lobo, prometes a estas pessoas observar o pacto da paz, de modo que não ofendas nem os homens, nem os animais, nem criatura alguma?”. E o lobo, ajoelhou-se, inclinou a cabeça, e com gestos mansos de corpo, de cauda e das orelhas, mostrava, quanto possível, que queria observar todo pacto. São Francisco disse: “Frei lobo, eu quero que, como tu me juraste essa promessa fora da porta, também me dês fé da tua promessa diante de todo o povo, e que não me enganarás sobre a promessa e caução que eu fiz por ti”.
Então o lobo levantou a pata direita e colocou-a na mão de São Francisco. Daí, por causa desse ato e das outras coisas que foram ditas, houve tanta alegria e admiração em todo o povo, tanto pela devoção ao santo como pela novidade do milagre, e pela paz do lobo, que todos começaram a gritar para o céu, louvando e bendizendo a Deus, que lhes tinha mandado São Francisco, que pelos seus méritos os havia libertado da boca do cruel animal.
Depois o lobo viveu dois anos em Gúbio, e entrava domesticamente pelas casas, de porta em porta, sem fazer mal a ninguém, e sem que o fizessem para ele. E foi alimentado com cortesia pelo povo. E mesmo andando assim pela cidade e pelas casas, nunca um cão ladrava atrás dele. Finalmente, depois de dois anos, o lobo morreu de velho, causando muita dor aos cidadãos porque, vendo-o andar tão manso pela cidade, recordavam melhor a virtude e a santidade de São Francisco.
Para louvor de Jesus Cristo e do pobrezinho Francisco. Amém.

MORAL DA HISTÓRIA:

Esta lenda do lobo de Gubbio é uma fábula na qual todos os elementos franciscanos de gerar a paz podem ser vistos. A paz nunca se faz sozinha, devem dar-se os passos necessários até à paz. A paz não se pode conseguir à força, pois a violência gera nova violência, portanto, a renúncia às armas e o compromisso à não-violência ativa. Francisco estava convencido de que, no fundo, só Deus pode garantir a paz. Por isso também é claro que a paz sem violência não pode ser conseguida sem uma espiritualidade profunda. A paz só pode ser mantida se nos entendermos e tratarmos como irmãos e irmãs, quer dizer, se renunciarmos a todas as formas de prepotência e predominância. Gerar a paz quer dizer ativar a reconciliação. Por outras palavras: perdoar onde for necessário, e aceitar desculpas onde forem oferecidas. E finalmente: os conflitos, regra geral, surgem onde as condições forem completamente desiguais e injustas. A paz sem justiça não é possível.