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FOTOS QUE EVANGELIZAM

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SEMANA DA FAMÍLIA 2014

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HALLELUYA: A FORÇA QUE FAZ VIVER

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Existem alegrias e euforias. Parece a mesma coisa, mas gostaria de pontuar uma pequena diferença: euforia passa rapidamente, alegria é duradoura. O que percebo em muitas pessoas, sobretudo em muitos jovens, é que eles são eufóricos, mas não são felizes. Seria muito bom se houvesse receita para a felicidade, mas não há. Porém, existem caminhos, meios, canais. Mas, existe uma alegria verdadeira, perene, sincera. Essa alegria tem rosto e nome: Jesus de Nazaré.

Dessa forma, compreendendo a importância de um evento como o Halleluya, promovido pela Comunidade Católica Shalom. Ele acontece no mundo inteiro. Onde houver Comunidade Shalom, ali haverá um Halleluya, que é a força que faz viver. É uma evangelização com várias expressões artísticas: música, teatro, dança. É um espaço de misericórdia e reconciliação. É uma oportunidade de adorar ao nosso Mestre e Rei, Jesus Sacramentado. Mas, o que me desperta atenção e me faz rezar por esse projeto, é que Deus se utiliza dessa alegria para marcar um encontro com tantas vidas, tantas histórias diferentes, tantos sofrimentos, tantas angústias, tantas buscas e tantas perguntas. O olhar misericordioso de Jesus pode alcançar qualquer coração durante um evento como esse. Vidas podem ser regeneradas. Feridas podem ser cicatrizadas. É um tempo favorável para a cura e a libertação.

Nossa juventude busca, com tanta avidez, emoções fortes. Porque não oferecer para elas uma alegria forte, verdadeira e saudável? Porque não propicia-las um encontro com Jesus, que penetra o mais profundo de suas existências, modificando o interior de cada uma delas? Não existe combinação tão intensa quanto Jesus e juventude. O Halleluya passa um Jesus leve, jovial, artista, próximo, companheiro, bonito, saudável, musical. Contudo, intensamente profundo, transformador e cheio de sentido para preencher qualquer coração vazio.

Vamos dar uma chance para nossa juventude! Vamos apresentá-los essa proposta inovadora, contemporânea e criativa. Certamente, nenhum jovem sairá do Halleluya 2010 sem uma experiência amorosa com Jesus. Eu garanto!

SERVIÇO

Halleluya Salvador – Festival de Artes
Tema: A força que faz viver
Local: Praça Castro Alves
Data: 05, 06 e 07 de novembro de 2010
Horários:
Sexta – das 19 às 22h
Sábado – das 16 às 22h
Domingo – das 16 às 22h
Entrada Franca

Informações: http://www.comshalom.org/salvador
E-mail: halleluyasalvador@gmail.com
Twitter: HalleluyaSsa
Fones: (71) 3013-0130 / 3497-3332
Assessoria de Imprensa:
Gigliola Sena – (71) 9234-7140 – Jornalista Drt 1896

domingo, 24 de outubro de 2010

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO 30º DOMINGO COMUM

O FARISEU E O PUBLICANO: DOIS MODOS DE DIALOGAR COM DEUS

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Todos os homens participam do mesmo destino, dividem as mesmas angústias, vivem sob o mesmo teto. Muitas coisas em comum, porém, assumem posturas bem diferentes no modo prático de viver. Mas, espiritualmente falando, todos são pecadores! Ninguém é melhor do que outro, somos diferentes! O problema do fariseu é que ele se sentia superior, mais santo, mais orante, mais puro, do que o publicano. Esse, por sua vez, reconhecia sua fragilidade, seus pecados e suplicava, humildemente, a misericórdia de Deus.

Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para mostrar aos discípulos o valor da humildade. Etimologicamente, humildade vem do latim Húmus, de onde também derivam Homem (Homo sapiens) e Humanidade. O fato de essas palavras estarem vinculadas a húmus é certamente, uma sábia exortação de que mantemos com a terra um vínculo eterno e embrionário. Reconhecer, e aceitar, essa verdade é não somente um princípio elementar de ecologia profunda, mas uma apologia ao valor e à lição da humildade. Essa idéia confronta, exatamente, com uma vida de ostentação, de luxo, de arrogância, de prepotência. Assim, não seremos uma terra fértil, boa, produtiva, mas um monte de cascalhos.

O fariseu era um homem de uma prática religiosa irrepreensível, mas lhe faltou respeito com a fé do outro, com a vida do próximo. Muito religioso, mas desumano! Em sua oração, o fariseu desenha sua imagem de Deus: exclusivista, mesquinho, autoritário e sem compaixão. Um “deus” que não acolhe os que erram, que não acredita na capacidade de superação da criatura. Definitivamente, essa não é imagem de Deus trazida por Jesus. Pelo contrário, o próprio Jesus dirá: Deus eleva os humildes! A oração do fariseu era de auto-louvor, incensava a si mesmo, exaltava seu méritos pessoais; a do publicano era um mergulho na fragilidade humana que confia na misericórdia de Deus, aí sim é uma verdadeira oração, isto é, confiança total em Deus, não em nossas próprias forças.

A salvação é um do divino. Ninguém se salvará por mérito próprio. Salvação é graça! Jesus Cristo é o salvador da humanidade, não há outro fora Dele. Assim como o fariseu, o mundo de hoje pensa que a política, a arte, a ciência, salvarão a própria humanidade. Ledo engano. Por isso, precisamos anunciar com mais ênfase ainda que só Jesus salva! Salva pela arte, pela ciência, pela política... Mas, é Ele quem salva se utilizando de tantos caminhos. O que determina um homem de sucesso é a competitividade, o culto à imagem, a posição social; o que determina um cristão de sucesso é a humildade, o culto da verdade e do dever.

Quando Jesus concluiu, de forma desconcertante, a parábola e acaba invertendo tantos pseudovalores que estavam estabelecidos naquela sociedade, mostrando claramente a misericórdia de Deus para com o pecador; e nós podemos concluir assim: Jesus fará a mesma coisa que o Pai! Na pedagogia de Jesus, a partir dessa parábola, ele ensinava aos discípulos exatamente isso: é assim que devo agir com o povo, sempre com misericórdia!

Por fim, Jesus contrasta dois tipos de religiosidade: a do fariseu – que representa o modelo auto-suficiente de uma piedade meritória; e a do publicano – possuidor de um currículo lamentável (era um ladrão institucionalizado) se reconhece pecador e culpado diante de Deus. E Jesus, como que contrariando a lógica, dirá: a oração do publicano (sincera) chegou a Deus; a do fariseu (cheia de méritos pessoais) não foi ouvida. Com o publicano de hoje aprendemos uma grande lição: só de joelhos somos grandes!

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LEITURAS DO 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM:

Primeira leitura (Eclesiástico 35,15b-17.20-22a)
Salmo (Salmos 33)
Segunda leitura (2º Timóteo 4,6-8.16-18)
Evangelho (Lucas 18,9-14)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Programa de Rádio - reflexão de abertura do Restauração - am840.com.br

O peso da minha palavra

Frei Mário Sérgio, ofmcap

O uso correto e eficaz da palavra sempre seduziu a humanidade desde os primórdios. Ainda hoje a humanidade cultua grandes oradores que marcaram a história pela força da palavra. A oratória desenvolveu-se principalmente em Atenas. Os atenienses cultivavam com carinho a arte de discursar e quase todos os lideres políticos eram notáveis oradores. Temístocles convencia as massas. Péricles empolgava a todos. Demóstenes, o mais famoso de todos os oradores gregos. Em Roma, o destaque é para Cícero, o maior de todos eles. Na Igreja, tivemos excelentes oradores: Ambrósio, Agostinho, e o grande São João Crisóstomo. Na Bahia, Castro Alves e Rui Barbosa, que fizeram desta terra da santa cruz uma nova Atenas. Em Sergipe, Fausto Cardoso e Homero de Oliveira, para citar alguns.

Como as multidões ficavam ouriçadas com as vozes desses homens ilustres, quando faziam uso da palavra! Eram palavras bem-ditas. Mas, infelizmente, existe uma turba de homens e mulheres que passam os anos de sua vida, alguns curtos e outros mais longos, apenas mal-dizendo. São palavras que maculam a imagem e a idoneidade de tantas pessoas; que dizem o que elas nunca fizeram; que espalham maldades nunca praticadas ou ditas por elas. Uma palavra mal-dita é tão mortal quanto um tiro de fuzil. A vantagem é que a arma de fogo mata logo, ao passo que uma palavra maldita mata aos poucos.

O que digo, como digo, a quem digo, precisa ter o crivo da responsabilidade. Não posso dispor de inverdades sobre a vida alheia sem medir as conseqüências do meu ato. Uma calúnia, uma difamação, um boato, uma fofoca, não são apagadas como um simples pedido de desculpas, como se a pessoa não tivesse sido ferida, nem machucada. É necessário um algo mais. Uma mudança verdadeira de atitude, de gestos e de ações. Só quem já foi caluniado sabe o peso de uma palavra mal-dita. Na definição de Victor Eduardo Gonçalves a honra “é o conjunto de atributos morais, físicos e intelectuais de uma pessoa, que a tornam merecedora de apreço no convívio social e que promovem a sua auto-estima”. Três modalidades de crimes violam a honra, seja ela objetiva ou subjetiva: a Calúnia ( art. 138 ) , a Difamação ( art. 139 ) e a Injúria ( art. 140 ) . Assim, ofender a honra de alguém, além de pecado, é crime. Por isso, insisto: cuidemos do peso de nossas palavras.

Quem desonra o seu próximo, quem lhe mancha sem necessidade o bom nome, quem lhe destrói a boa fama, terá de Deus o que merece, terá de prestar contas ao Criador. Que ganhamos ao manchar o bom nome dos nossos irmãos? A palavra quando bem usada edifica, converte, emociona, explica, torna-se oração. Por isso, Jesus é a Palavra encarnada, para que todos compreendessem o quanto somos amados e amadas por Deus. Que o Espírito Santo nos conceda o discernimento para saber se o que me dizem corresponde com a verdade ou não; e que Ele nos conceda, também, a graça da repreensão quando a tentação de ofender a honra de alguém venha a se apoderar da nossa língua.

Por fim, se quem destrói a honra de alguém é um criminoso, um pecador, um leviano, o que podemos dizer de quem dar ouvidos a essas maldades? Tenho certeza de que se nossa atitude para com esses irmãos e irmãs for de caridade e de verdade, não daremos espaços em nossas vidas para disseminar o mal. Nossos ouvidos são templos do Espírito Santo, isto é, não deixemos que ninguém os profane falando mal da vida de um irmão. Dai-nos, Senhor, língua para te louvar, ouvidos para te escutar e discernimento para fazer sua santa Vontade em nossas vidas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MENSAGEM DE DOM DELSON PEDREIRA, OFMCAP - FESTA DA PIEDADE

Aos Irmãos:
Ministro Provincial Fr. Rubival Cabral
Frei Mário Sérgio, Reitor da Igreja da Piedade,
Frei Geraldo Alves, Guardião do Convento da Piedade,
Confrades da Piedade e da Província da Bahia e Sergipe,
Saudações fraternas de PAZ e BEM!

Neste terceiro domingo de outubro a Igreja da Piedade, o Convento da Piedade e a Província dos Capuchinhos da Bahia e Sergipe estão em Festa. É a Festa de Nossa Senhora da Piedade, a nossa Padroeira! Festa centenária que une a devoção do povo baiano à Mãe da Piedade ao espírito missionário dos Frades Capuchinhos. Os Frades evangelizadores dos sertões, das praias, das comunidades indígenas costumavam retornar à Casa da Mãe da Piedade para renovar as energias, festejando com júbilo a Festa da Padroeira da Fraternidade Capuchinha espalhada nos rincões dos estados de Bahia e Sergipe.

A força missionária dos Frades encontra certamente amparo na proteção da Mãe querida da Piedade. Assim, Convento e Igreja da Piedade têm um significado todo especial para os frades que voltam ao regaço da Mãe para, no seu aconchego, encontrar aquela graça que renova o espírito e os propósitos de perseverar nos caminhos iluminados do Filho de Deus, que deu a vida para a todos salvar e que a imagem da Piedade retrata de modo tão real e comovente.

Seguir Jesus Cristo como frade capuchinho é ser missionário da paz, do bem, da verdade, da alegria, do perdão e da fraternidade. A mãe, que nos acolhe nos seus braços afáveis como acolheu Jesus, nos diz: “ façais tudo o que Ele vos mandar”. Jesus nos envia a proclamar no mundo de hoje a sua perene mensagem de salvação. Continuemos, irmãos, a colocar nossas mãos, nossos corações, nossas mentes, nossa inteligência a serviço do Evangelho e não nos faltará a proteção da Virgem da Piedade.

Neste domingo, estarei celebrando duas Festas. Pela manhã, a Festa de Santana, na cidade de Santana do Seridó e, à tarde, a Festa de São Francisco de Assis, na cidade de Tenente Laurentino. Vou estar em sintonia com todos que participam desta Festa da Piedade. Dela participei durante muitos anos e cada ano era uma emoção renovada. Daqui vou estar em comunhão com os confrades da Bahia e Sergipe, com os irmãos da Ordem Terceira de São Francisco e com os devotos de Nossa Senhora da Piedade.

Uno-me a todos na mesma alegria, na mesma fé e na mesma confiança à Virgem da Piedade. E do sertão do Seridó, RN, envio a todos os Irmãos da Bahia e Sergipe e da Igreja da Piedade, as mais copiosas bênçãos apostólicas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Amém!

Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap.
Bispo de Caicó – RN.

domingo, 17 de outubro de 2010

TRANSMISSÃO AO VIVO DA FESTA DE N. SRA. DA PIEDADE

CAROS AMIGOS INTERNAUTAS, ACOMPANHE-NOS PELO NOSSO PORTAL AO VIVO:

www.capuchinhosbase.org.br

HORÁRIO DA MISSA: 10h

DATA: DOMINGO (HOJE) - 17/10

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ASSESSORIA DO NORDESTÃO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL

Assessorei o X NORDESTÃO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL promovido pela Família Franciscana do Brasil. O tema foi: Acompanhamento Vocacional Familiar. Várias congregações franciscanas reunidas pensando no modo de fazer animação vocacional levando em conta a família e suas múltiplas variações e suas implicações na vida concreta do jovem que quer ser religioso ou religiosa. Um tema importantíssimo para ser discutido, refletido e pensando com carinho.
Obrigado a equipe pelo convite, foi muito bom!

Local: Casa de Retiro São Francisco - Brotas - Salvador/BA
Data: 09 a 12 de outubro 2010
Tema: Acompanhamento Vocacional Familiar
Assessores: Professor Luciano Santos e Frei Mário Sérgio

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ABERTURA DO PROGRAMA DE RÁDIO - QUINTA às 16h - www.am840.com.br

Missão: renúncia, cruz e seguimento

Frei Mário Sérgio, ofmcap

Nossa missão tem uma raiz profunda na Trindade Santa. Ela é a fonte de toda ação missionária. Jesus é o grande missionário da Trindade. E, hoje, o Espírito Santo continua e atualiza a mesma missão de Jesus na Igreja e no mundo. Nenhum cristão pode optar por ser ou não missionário, só se pode optar por ser ou não de Jesus. Mas, uma vez aceitando o convite do Mestre, faz-se implícito o imperativo missionário.

Ser missionário é ter a consciência de que se porta uma grande notícia. A melhor notícia é, sempre, a Palavra de Deus. Portanto, a mensagem é divina. Ela não pertence ao portador, pelo contrário, a ele é confiado esse grande tesouro. No evangelho de São Marcos (8, 34), Jesus colocará as exigências para o seu seguimento: “Chamou, então, a multidão, juntamente com os discípulos, e disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”. O primeiro verbo da frase é chamar. Ser missionário é uma vocação, é um chamado. É sempre Deus quem chama!

“Se alguém quiser vir...”: ninguém é obrigado a fazer o seguimento de Jesus. É sempre um ato de profunda liberdade interior. É uma opção livre e fecunda. É uma doação da vida, do tempo, do descanso, da saúde, dos bens, enfim, de tudo aquilo que pode facilitar a missão, a caminhada.

“Renuncie a si mesmo”: eis a maior exigência para ser missionário, renunciar! Abrir mão dos próprios projetos, dos próprios sonhos, da própria vida, das próprias idéias. Quem é cheio de si, apenas, empobrece sua própria vocação missionária, pois levará a si próprio e não a boa nova de Jesus. Algumas atitudes são incompatíveis com a missão: egoísmo, individualismo, o orgulho, a prepotência, a arrogância. Por isso, Jesus apela à renúncia de si mesmo.

“Tome a sua cruz”: a cruz representa o projeto do reinado de Jesus. Muito mais do que dor e sofrimento, cruz é vida. Ninguém é missionário de si mesmo. Assim, a cruz é o novo trazido pelo Cristo. Não se pode fugir da cruz com o pretexto de fazer uma missão mais branda, mais serena, mais alegre. Jamais poderemos abandonar a pregação do Cristo Crucificado. A cruz é a maior prova de amor do Filho de Deus pela humanidade. Essa é a grande mensagem que o missionário deve levar: a de Deus apaixonado pelos homens que radicaliza esse amor entregando sua própria vida para que todos tivessem vida Nele.

“Siga-me”: pela pedagogia de Jesus, nesse texto de Marcos, o seguimento é a última atitude que o missionário deve ter. O caminho é esse: renúncia, cruz e seguimento. Só pode ser missionário quem teve a coragem de fazer todos os passos exigidos pelo Mestre.

Por fim, lembramos o conteúdo da missão: dizer, a plenos pulmões, para todo mundo ouvir, que Deus nos ama com amor sem igual.

domingo, 3 de outubro de 2010

Reflexão do evangelho do 27º domingo do tempo comum (03/10/10)

Frei Mário Sérgio

Muita fé. Pouca fé. Nenhuma fé. Dilemas que perpassam a liturgia da Palavra desse domingo. Habacuc (1,2-3; 2,2-4), grita seis séculos antes de Cristo: até quando, Senhor? Os apóstolos no evangelho de Lucas (17, 5-10), pedem que o Senhor lhes aumente a fé. E Paulo, escrevendo a Timóteo (2Tm 1,6-8.13-14), pede para que a comunidade mantenha acesa a chama do carisma que existe dentro de cada um deles. Portanto, a fé é o tema central da reflexão das leituras. Só a fé mantém o justo de pé.
Na virada do milênio, o tema da fé voltou com muita força. Pensava-se que o ser humano não daria tanta importância aos aspectos da religiosidade. Porém, esse tempo trouxe, consigo, uma descrença muito grande. Uma dúvida que extrapolou o mundo religioso e pairou sobre a sociedade como um todo. Descrença nos grandes sistemas que mantém a sociedade funcionando, isto é, uma crise política, social, cultural, econômica. Uma tremenda falta de perspectiva de vida, sobretudo assombrando os corações juvenis. O que antes era um problema de religião, agora é um grande problema humano-existencial. Com a perda da fé, a perda de muitos valores que alicerça o viver humano.
“Senhor, aumentai a nossa fé”! A esse apelo dos discípulos Jesus responde de forma surpreendente: não precisamos de uma fé grande, mas uma fé de qualidade. Pequenina como uma semente de mostarda, mas que faça a diferença no meio em que vivemos. Jesus quer que tenhamos uma fé autêntica. Uma fé que seja capaz de testemunhar os valores do evangelho de forma profética e libertadora. Uma fé que ouça e dialogue com as ciências, mas que não precise delas para sua autenticidade. Uma fé que nos lança no abismo do acreditar, mas que não se torna um simples caminhar pela escuridão, mas que seja uma expressão do abandono nas mãos de Deus.
A fé não é uma credulidade infantil, que simplesmente crer e ponto final; mas, a fé precisa de uma boa base humana para amadurecer aos poucos e gradativamente. A fé adulta é uma aceitação responsável, pessoal e crítica, da verdade de Deus. Nossa fé deve ser inteligente. O mundo precisa das razões da nossa fé. Não é que o conteúdo da fé mude, pelo contrário, mas as perguntas são novas, os contextos são outros e a fé precisa dialogar com o mundo em que ela está situada. A fé, também, não é um simples conjunto de teorias sobre Deus. Não basta citar a Bíblia em todas as falas, não basta saber o catecismo decorado. A fé transcende a linguagem, que é sempre insuficiente para falar das coisas de Deus. Mas, a verdadeira fé é uma adesão à pessoa de Jesus Cristo. O cristianismo não é seguimento de puras doutrinas bem elaboradas, mas o seguimento da pessoa de Jesus de Nazaré, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Em meio a todos sobressaltos, nossa fé precisa alimentar-se cotidianamente. Por isso, Paulo exorta a manter a chama do carisma acesa. O mundo e suas indiferenças podem desanimar qualquer cristão. As dificuldades da vida podem esfriar qualquer crente. Alguns intelectuais ateus já disseram que a fé é um ópio na vida do povo. Tiraram a fé da existência humana e deram uma sobrecarga de angústia e desespero. A fé não pode resumir-se a um amoleto da sorte, a imagem de um santo em casa ou num carro ou escritório, ou resumir-se a uma celebração de ano em ano por ocasiões diversas. A fé não é uma anestesia para enfrentar a dor do viver. Nem tão pouco a fé é uma certeza de retorno financeiro ou econômico. Portanto, os discípulos de Jesus, iluminados pelo Espírito Santo, devem agir desinteressadamente no serviço de Deus e dos irmãos em favor da vida.